domingo, 5 de julho de 2015


A MECÂNICA DA GLOBALIZAÇÃO Se quase toda a produção de bens industriais, manufaturados, automóveis, etc, já foi transferida para países em desenvolvimento, por qual razão produtos alimentícios elementares como carne continua centralizada e resistindo à mudança? O mundo todo perde quando mercadorias baratas como grãos continuam circulando livremente e consumindo combustível. A globalização da economia não é um fenômeno tão recente como imaginamos. Iniciou na década de cinqüenta quando as primeiras fábricas começaram a serem transferidas para países em desenvolvimento (bens industriais, manufaturas e automóveis). Tambem não ocorre simultaneamente e de maneira idêntica para todo tipo de bens. Primeiro, foram bens industriais, manufaturados, automóveis, etc. Em seguida, com as novas tecnologias da informação, foi a vez dos produtos tecnológicos. A globalização da economia privilegia os produtos mais valiosos, como bens industriais e tecnológicos, com pouco conteúdo material, cujo transporte tem incidência desprezível no custo final. Já com os produtos baratos e matéria prima não acontece o mesmo. A nova tecnologia da informação e da eletrônica eliminou barreiras geográficas e ideológicas; aproximou países, tornando o mundo pequeno e plano; foi instrumento capaz de produzir a cooperação de empresas transnacionais com países em desenvolvimento. Barateou o custo da comunicação e facilitou a vida de muita gente. O esforço de uns poucos desmistificou o uso do computador e Internet, tornando estes instrumentos acessíveis a todos, inclusive crianças; quando foi preciso produziu o entretenimento como substituto do emprego criado pelo industrialismo. Mas não gerou emprego nos países de origem. Foi nos países em desenvolvimento do leste asiático que encontrou mão de obra barata capaz de aumentar a reprodução e difusão da tecnologia nova. Mas, com a intensificação das trocas, as mercadorias circularão mais e, para que continuem circulando, o gasto de energia será maior. O transporte, como outras coisas, não pode ser virtual. Essas outras coisas envolvem atividades humanas relacionadas com a vida, no sentido mais estreito da palavra, sua existência animal e primitiva, como alimentação, aquecimento, circulação, transporte. Atividades biológicas do ser humano concreto exigem gasto de energia que não pode ser suprida apenas pela tecnologia da informação e eletrônica. A globalização se dará de outra forma: capitais e tecnologia, desenvolvida nos países industrializados, buscarão a cooperação de países em desenvolvimento, com abundância de terras aráveis, matéria prima e potenciais hidroelétricos. Aqueles acabarão aderindo a esta mudança tendo em vista o desperdício de combustível com o transporte de mercadorias baratas que afeta o mundo todo.

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