domingo, 5 de julho de 2015


O PAPEL DO COMBUSTÍVEL NO FUTURO O ingresso na economia de serviços e alta tecnologia vêm diminuindo a importância do transporte dos países industrializados, uma tendência verificada no fim do século que prossegue até os dias de hoje (ver Tabela 1). Até no automóvel, que parecia um grande consumidor, o consumo de combustíveis não cresce por falta de usuários. Milhões de carros são fabricados para ficarem parados no trânsito, nos estacionamentos e garagens, como objeto ornamental. Com mais de um veículo por habitante (2,5 nos Estados Unidos), é impossível ao usuário ocupar mais de um ao mesmo tempo (só se tivesse o dom da ubiqüidade), o consumo depende das viagens. Alem da necessidade de locomoção de pessoas ser naturalmente reduzida numa economia de serviços, acresce o fato de estar acontecendo mudanças de hábito para carros mais econômicos. O transporte pesado tambem perde importância numa economia de bens desmaterializados. Ademais, a distribuição de mercadorias pode contar com a eficiente estrutura herdada do industrialismo. Os países industrializados podem economizar energia de aquecimento, pois têm condições de adotar tecnologias mais eficientes. Afinal, detendo 70 por cento da energia gasta no mundo todo, tem mais onde cortar. Por mais que economizem energia no usofinal, entretanto, ainda continuam grandes consumidores: consomem mais energia de aquecimento que os países em desenvolvimento consomem em alimentação. Tambem dispõem de capital para bancar nucleares mais caras, no caso mais extremo. Ao contrário, os países em desenvolvimento, vão ter de produzir os seus próprios combustíveis e, sobretudo, os alimentos (grãos) para alguns países industrializados e emergentes. As mudanças profundas no modo de produzir dos países industrializados foram abordadas por vários autores ao longo da década de 70, do último século: José Goldemberg e outros em “Energia para o desenvolvimento” de 1988; Alvin Toffler em “A Terceira Onda” de 1980. No livro recente “O Mundo é Plano”, de 2007, Thomas L. Friedman descreve, com riqueza de detalhes, como está ocorrendo o processo globalização no mundo todo. Os países em desenvolvimento e os industrializados estão descasados no que concerne ao seu desenvolvimento industrial. Nestes, o mundo já presenciou o desacoplamento do consumo de energia e atividade econômica: O PNB cresce e o consumo per cápita de energia diminui como mostra a tabela 1.

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