segunda-feira, 6 de julho de 2015


Termoelétricas em lugar de hidroelétricas Pode parecer inconsistente a sugestão de termoelétricas em lugar de hidroelétricas para compor o quadro energético brasileiro no momento, diante da extrema competição atual por combustíveis, mas existem fortes razões que a justificam: • Países industrializados e em desenvolvimento, obviamente, vão assumir atitudes conservadoras diante da crise provocada por excesso de liquidez. O custo de capital é o fator predominante. • Só em última instância os países industrializados investirão em usinas nucleares para atender suas necessidades de aquecimento. Rejeitada a princípio por questão de segurança, a opção nuclear se revelou muito mais cara do que pensado de inicio (cerca de 6000 dólares por quilowat instalado, segundo R. C. Leite, folha de 3/8/08). As propostas de suprimento de energia por termonucleares anunciadas pelo Ministério das Minas e Energia na mesma edição da folha de 3/8/2008 são no mínimo extemporâneas (ou indecorosas), tendo em vista que até os países industrializados estão postergando a utilização destas centrais para aquecimento (inimaginável) em face dos custos elevados, podendo chegar a 8000 dólares por kW instalado, no caso do único contrato fechado, Flórida Power, para a usina de Turkey Point, relatado por R.C.Cerqueira Leite. País industrializado vão continuar utilizando combustíveis no aquecimento de residências, que, a preços atuais do petróleo relativamente baixo, constitui solução muito mais barata. Aliás, ninguem acredita seriamente que o “petróleo vai acabar”, assim, de uma hora para outra, como sugerem alguns alarmistas: è muita presunção. • É comumente aceito que o Brasil tem boas condições de suprimento de energia barata por ter potenciais inexplorados de hidroeletricidade, mas não é exatamente o caso dos potenciais da região amazônica. Em razão das condições geográficas, são potenciais de pequena altura e grandes vazões, semelhantes aos últimos aproveitamentos do Sudeste e Sul (Itaipu). As duas usinas licitadas, Jirau e Santo Antônio de 2700 dólares por kW instalado, quase metade do custo de usinas nucleares (ver tabela 6). São hidroelétricas tão caras que não justificam a pressa da construção. Mesmo não conhecendo os detalhes das obras citadas arriscamos um palpite: Como podem ser econômicas usinas com 44 turbinas? Certamente deverão ter quedas inferiores a vinte metros, como Jupiá, cujos geradores tem vinte metros de diâmetro. Economizam no tamanho dos geradores, mas gastam na quantidade. É uma ilusão pensar que fazem economia ao utilizar uma grande quantidade de geradores pequenos. São unidades lentíssimas. A usina de Belo Monte tem, certamente, uma queda pelos o dobro das usinas do Madeira e essa é a verdadeira razão de ser mais econômica.

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