domingo, 5 de julho de 2015


CRISE DE ALIMENTOS: TERRA PARA ALIMENTOS ENERGÉTICOS. Quais alimentos? Cereais ou carne? Parece intuitivo que produzir alimentos energéticos é tão fácil como produzir energia para aquecimento. Segundo cálculos aritméticos do professor R. C. Cerqueira Leite a quantidade terra necessária para suprir as necessidades alimentares energéticas da humanidade é de apenas 400 milhões de hectares, com a população de 10 bilhões (Folha, 6/1/2008). Entretanto, produzir alimentos protéicos, como carne bovina, é muito mais complicado: exige a criação e engorda de bois que consomem, obviamente, 10 vezes mais grãos do que os cereais consumidos pelo ser humano. Se a cria e engorda do rebanho bovino é o principal concorrente da produção de alimentos e combustíveis, a providência natural seria a sua limitação, com abate de animais precoces ou a substituição por animais menores, não ruminantes. Tudo isso já vem acontecendo: frangos de trinta dias, porcos de três meses, bois de dois anos, etc, como resultado do desenvolvimento de novas linhagens e novas tecnologias da biogenética. A terra pode ser utilizada de quatro maneiras principais: cultivo de alimentos energéticos para o homem; cultivo de grãos para animais; pastos de criação de bovinos e cultivo de plantas para a produção de combustíveis. Países que dispõem ainda de áreas agricultáveis como Estados Unidos utilizam seus recursos de maneira eficiente subsidiando a produção de grãos para criação intensiva de bois em confinamento e, assim, evitar o excessivo transporte de mercadorias baratas. Confinamento de 200 mil bois, em uma única unidade, é prática comum. Ao contrário do que muitos pensam, não produzem grãos subsidiados para exportação, o que seria antieconômico. O Brasil tambem subsidia produtores de grãos através de juros negativos.

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