segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

VITÓRIA DE PIRRO


ACONTECEU O ÓBVIO A manutenção do preço da gasolina constitui um sério obstáculo a produção de álcool hidratado. O etanol não consegue competir com o combustível fóssil - balizado pelo governo - e acaba sobrando nas bombas. “O governo deveria destravar o preço da gasolina e deixar os preços flutuarem. Só assim o etanol passaria a ser competitivo. Hoje, o etanol está amarrado ao preço da gasolina para o controle da inflação.. Este não tem condições de concorrer com preço congelado da gasolina por tanto tempo. Nem mesmo a queda da sobretaxa – durante muito tempo um “cavalo de batalha” – constitui “tábua de salvação” para o etanol brasileiro que não tem condições mínimas de abastecimento interno no curto prazo. Ironicamente acabou ocorrendo por decurso de prazo, em um momento delicado para a agroindústria canavieira porque, infelizmente, não existe álcool anidro suficiente para suprir a grande quantidade de carros flex que migraram para a gasolina com preço congelado desde 2009. E o que é pior: o Brasil acabou tendo de importar etanol de milho mais caro devido a retirada simultânea do subsídio. Nos próximos 4 anos o álcool estará comprometido com o aumento da importação de gasolina, mesmo que seja reduzido o percentual aditivado. NADA DE NOVO Qualquer medida só produzirá efeito no longo prazo. A recomposição da lavoura de cana é lenta e requer prazo biológico para plantio e maturação e a construção de novas destilarias, sabidamente, é demorada. O fim do subsídio e queda concomitante da sobretaxa favorece duplamente o álcool anidro brasileiro, a saber, no longo prazo. A queda da sobretaxa já tinha sido aprovada no senado, dependendo de aprovação da câmara. Tal como acontece no Brasil (medidas provisórias), aconteceu o inesperado: congresso entra em recesso sem renovar barreiras. Isto é o que, eufemisticamente, se pode chamar de “desaprovação por decurso de prazo. Tudo aquilo que foi reclamado nos últimos 31 anos, de repente acontece e, infelizmente, o Brasil não tem álcool para exportar. Ao contrário vai importar etanol de milho mais caro devido a queda simultânea do subsídio. VITÓRIA DE PIRRO De tanto fazer mágicas com preço congelado da gasolina o feitiço acabou se voltando contra o aprendiz: Acabou inviabilizando – por alguns anos – o álcool hidratado e o carro “flex”, que são criações genuinamente brasileiras, tal como a “jaboticaba”, que só dá no Brasil. Resta o álcool anidro aditivado que é muito mais importante e vale mais do que a parcela correspondente da gasolina substituída pelo fato de eliminar contaminação por chumbo muito mais poluente (Chumbo Tetraetila, estão lembrados?). Um problema ambiental para o qual existe um mercado mundial muito mais promissor e tão grande que o Brasil não conseguirá atender sozinho. Mas, tem tecnologia e conhecimento bastante para ajudar outros países mais pobres a produzi-lo. A queda de barreiras ao álcool anidro brasileiro acabou acontecendo mais por pressão dos contribuintes americanos do que por interferência da presidente. Para o consumidor americano a manutenção da sobretaxa se tornou inócua, dada a impossibilidade técnica de suprimento por etanol brasileiro. Até que enfim concluíram pelo óbvio.

PORTEIRAS ESCANCARADAS


O APRENDIZ de FEITICEIRO A queda da sobretaxa ao álcool brasileiro ocorreu mais por pressão do contribuinte do que por ação efetiva do governo brasileiro. O congresso americano passou batido e a sobretaxa caiu automaticamente por decurso de prazo. E nem com isso aprendemos a lição: continuamos subsidiando diesel, álcool, e – pasmem! – a própria gasolina dos carros flex incentivados. E o pior: maior consumo de gasolina implica em maior consumo de álcool aditivado obrigatório (25%). De exportador de álcool anidro passaremos a importador de etanol de milho, doravante encarecido pela eliminação simultânea do subsídio ao consumidor americano. De tanto fazer mágica, o feitiço acabou virando contra o feiticeiro tal como na fábula. Conseguimos inviabilizar, por alguns anos, a produção do álcool hidratado e o carro flex, criação genuinamente brasileira, tal como a jaboticaba que só dá por aqui. O que era um sonho, virou pesadelo. O etanol não consegue competir com o combustível fóssil - balizado pelo governo - e acaba sobrando nas bombas. “O governo deveria destravar o preço da gasolina e deixar os preços flutuarem. Só assim o etanol passaria a ser competitivo. Hoje, o etanol está amarrado ao preço da gasolina para o controle da inflação”. Com o fim das barreiras o Brasil passa a desfrutar de melhores condições para exportar etanol de cana, mas ironicamente num momento em que a produção nacional está em baixa. A quebra da safra de cana-de-açúcar este ano é estimada em 10%, só se prevendo uma recuperação plena a partir de 2014. Canaviais precisam ser renovados e ampliados e isto leva anos. Agricultura requer prazos biológicos, por isso é lenta por sua própria natureza. Novas usinas não podem surgir dum ano para outro. Exige planejamento antecipado. O que acabou foi álcool hidratado e o carro flex, criação genuinamente brasileira, como a jaboticaba que só dá por aqui. Muito mais importante é o anidro, de cana ou de milho, por isso compensa, mesmo com preço maior.

ESTOQUES REGULADORES


Produtores americanos já não temem a concorrência do etanol procedente do Brasil. Estão cientes do impulso que a Lei de Energia dos EUA dá ao consumo de biocombustíveis. Um acordo entre os dois maiores produtores será bastante viável uma vez que a produção de um é complementar a do outro, desta forma, dispensando estoques reguladores (de milho e etanol). Não há dúvida, como observam os produtores, de que a nova posição americana é um poderoso incentivo para o aumento da produção brasileira de etanol. Estima-se que serão necessários investimentos da ordem de US$ 156 bilhões até 2020, com a construção de 120 destilarias, para possibilitar a exportação de 13,5 bilhões de litros de etanol para o mercado americano. OPORTUNIDADES As oportunidades estão abertas a todos. Há um mercado interno a ser reconquistado, aquele que se perdeu por causa da baixa competitividade do etanol e da menor oferta do produto. Embora continue elevada a proporção de veículos novos flex nas vendas para o mercado interno, estima-se que,nos últimos dois anos, o volume de carros abastecidos com etanol diminuiu de 60% para 35% da frota. E há, agora, o imenso mercado americano que se abre para os produtores de outros países, a começar pelo Brasil. São possibilidades que investidores nacionais e estrangeiros certamente considerarão em seus planos para os próximos anos. Uma aberração. É o fim da picada: exportar etanol de cana e importar etanol de milho. Duzentos milhões de Hectares de pastagens degradadas estão disponíveis para plantação de cana, soja e milho sem que seja necessário devastar a Amazônia para criação de gado solto. Se o etanol de milho não é mais viável nos Estados Unidos – e a FAU pede a sua proibição – só agora estão percebendo que pode ser viável no Brasil em locais distantes: – Utiliza a mesma instalação ociosa da fabricação de cana: moagem, fermentação, caldeira, as dornas e colunas. – Evita o passeio inútil do milho para os portos e do etanol distante. – Pode ser processado no mesmo ano em até duas safras sem necessidade de estoques (milho safrinha). – Pode ser consumido no mesmo local de produção, evitando o transporte de etanol. – A colheita deixa restos na lavoura e o transporte do grão é muito mais barato do que o transporte de água e bagaço contidos na cana. De acordo, em parte, com a entrevista de José Luiz Oreiro, mas não totalmente pelas mesmas razões: o Pre-sal é tão volumoso quanto a quantidade e porte das usinas e reservatórios projetados para a Amazônia. Sou cético também com pré-sal e o aquecimento global antropogênico. Ao meu ver, uma seita a mais como tantas outras seitas religiosas.

ATÉ ETANOL DE MILHO?


ATÉ DE MILHO? Não chega a ser irônico que o etanol de milho – condenado de maneira veemente por 31 anos de barreiras – se torne viável no Brasil como única solução de imediato para o momento? Uma dupla economia no transporte inútil de milho e álcool, por estradas esburacadas do interior brasileiro. Álcool de arroz já é produzido nas cadeias. E ótima oportunidade para a produção local de combustível e energia térmica distribuída. E O excedente de milho que não vai ser utilizado nos EUA para fabricação de etanol pressionará certamente o mercado provocando baixa no preço de commodities agrícolas, o que constitui oportunidade para o esvaziamento dos estoques ‘ao tempo’ nos lugares distantes do centro-oeste e estimulo para o milho safrinha que está sendo plantado. De modo emergencial, as usinas devem priorizar ainda mais a produção álcool anidro, ao menos para a mistura obrigatória – agora rebaixada para 20% – e de açúcar, que está remunerando melhor no mercado externo, e deixar de fazer o etanol hidratado (usado nos carros flex) até o setor se reestruturar. Há uma estreita correlação entre preço de petróleo e commodities, inclusive etanol, uma quase commodity. Se o preço do petróleo se eleva, também sobem os produtos que tem o petróleo como insumo. O álcool é um carburante ordinário quando comparado à gasolina. Requer petróleo como insumo e “pega carona” no diesel subsidiado utilizado para baixar preço dos alimentos. Sua principal virtude está na propriedade antidetonante e daí sua importância quando adicionado à gasolina, mesmo em proporção mínima de 10%. Os dois maiores produtores de etanol anidro, EUA e Brasil, mal darão conta do suprimento mundial da mistura mínima de 10% nas próximas 2 décadas. SEM SAÍDA Alem de pagar mais pelo etanol de milho – agora sem os subsídios – o Brasil vai ter de importar maior quantidade devido à concorrência na exportação dos produtores nacionais, estimulados pelo maior preço pago nos EUA, conforme explica o professor Adriano. È o fim da picada! Durante 1 século a população do mundo inteiro foi severamente castigada pela contaminação por chumbo oriunda da adição do “chumbo Tetraetila” e, ainda hoje, alguns países pobres continuam sujeitas a este contaminante por não terem o álcool substituto. È o que acabará acontecendo nas regiões pobres do Brasil se o preço da gasolina continuar inalterado “As exportações de etanol para os Estados Unidos subiram de 313,4 milhões de litros em 2010 para 663,925 milhões. O aumento foi impulsionado pelo prêmio pago pelos Estados Unidos para o etanol avançado, categoria em que o etanol de cana-de-açúcar está incluído, por ter ciclo de emissões reduzidas em relação ao álcool de milho” (do Isto é Dinheiro). E, especialmente, por evitar contaminação por chumbo. Com o prêmio pago pelo produto brasileiro, o Brasil pôde e poderá exportar etanol de cana e importar etanol de milho e ainda ganhar um prêmio na operação. Em 2012, as exportações para os Estados Unidos poderão crescer ainda mais com a queda da tarifa de importação e do prêmio pela qualidade.

DA EUFORIA À DEPRESSÃO


Lenha nova para velha fornalha: a febre dos agrocumbustíveis. Sergio Schlesinger, em 2007. Resumo de manchetes: –Segundo o IEA: “o Brasil poderá ter uma produção de 26 bilhões de litros de álcool em 2015/16 numa área de cana o dobro de 2007/2008”. – Segundo a AIE: “Em 2030 o mundo estará consumindo cerca de dez vezes mais agrocumbustíveis do que nos dias de hoje. E a produção brasileira de agrocumbustíveis deve crescer mais rapidamente que a de outros países, chegando a um terço do total mundial”. – Segundo o BNDES: “O Brasil pode contribuir para uma meta de 10% de substituição da gasolina no cenário mundial (220 bilhões de litros). Terá que multiplicar por sete sua produção de etanol, para chegar a algo em torno de 110 bilhões de litros (50%). Os canaviais teriam que ocupar 28 milhões de hectares equivalentes à soma daquelas ocupadas pela soja e pela própria cana, no Brasil, em 2007. Quem poderia imaginar que em menos de 4 anos a situação fosse completamente distinta. BOMSENSO PREVALECE Em meio à euforia, Benedito Rosa do Espírito Santo, pesquisador do Ipea adverte que o nascente mercado externo ainda é “instável” e sofrerá “mudanças espetaculares” no médio prazo com o domínio da tecnologia de fabricação de etanol a partir de celulose. “Se houver uma crise no meio do caminho, vamos ter excedentes enormes e um modelo de alto grau de vulnerabilidade. Ora, as previsões falharam redondamente nesta passagem de 2011 para 2012. Parece que o professor Benedito Rosa estava adivinhando o tamanho da crise que estava por chegar em 2008 e seguintes anos.

ÁLCOOL: DE PROMESSA A PROBLEMA


“Substituir álcool por gasolina afastaria o problema de segurança do abastecimento, que foi o motivo do fim do carro a álcool puro a partir do final da década de 1980”. Mas, O problema de segurança não é eliminado, apenas transferindo para o abastecimento de gasolina. Gasolina subsidiada gerou um salto de consumo de 17% em 2010”, quando foram importados 3 milhões de barris a preço mais elevado. Por Luciano Losekan. coisa que praticamente não ocorreu nos últimos anos. Se a percentagem aditivada fosse reduzida com antecedência, poderia evitar a pressão altista sobre os preços do etanol anidro que é o mais importante. Ou mesmo um acordo entre os 2 maiores produtores (~80%). Mesmo mais caro do que a gasolina valeria a pena (por) reduzir a poluição local e contaminação por chumbo (Chumbo tetraetila). A produção de etanol anidro, impulsionada pelas vendas de gasolina, respondeu pela maior parte desse crescimento. A perspectiva para a próxima safra é de redução do total e do etanol hidratado. Só um adendo, Hugo: o Brasil foi o primeiro país do mundo a abolir o uso do chumbo-tetraetila na gasolina e isso, justamente por causa do etanol. Alem disso, Otto, ocorreu um fenômeno curioso: O aumento na exportação foi impulsionado pelos prêmios pagos pelos Estados Unidos para o etanol avançado (de cana). Com isso, em 2012 o Brasil pode exportar etanol de cana e importar etanol de milho e ainda ganhar um prêmio na operação. Praticamente o dobro do subsídio: US$1/por galão. Em 2012 As exportações para os Estados Unidos recomeçam com nova vantagem: a queda da tarifa de importação que – por decurso de prazo – o congresso se esqueceu de renovar. Reconhecendo o equívoco do protecionismo o congresso americano derruba as últimas barreiras sobre o etanol importado e – ainda de quebra – oferece prêmio sobre o etanol de cana mais avançado: praticamente o dobro do subsídio: US$1/por galão. Enquanto que por aqui o governo brasileiro insiste no subsídio à gasolina e diesel para conter a inflação. Pior ainda, a incidência de impostos CIDE,PIS E COFINS é invertida: pesa mais sobre o combustível mais avançado com prejuízo para a poluição local das grandes cidades.

A CRISE DO ÁLCOOL


O PATINHO FEIO A produção de álcool carburante só subsiste como anidro antidetonante acrescido à gasolina e graças aos eternos subsídios ao diesel para acionar tratores e caminhões do agronegócio, dos quais o álcool pega uma carona na lavoura de cana. Não tem lógica usar um combustível para produzir parte do outro em condições arcaicas. O álcool usa diesel na parte agrícola e no transporte de 90% de água que vai ser extraída utilizando bagaço úmido de valor desprezível até para oleiros. Não basta ter rendimento energético positivo que representa apenas gastos correntes. È preciso ter em conta os elevados custos de capital sobre o qual incidem juros na entressafra, ocasião em que as usinas permanecem ociosas. O mesmo acontece com as usinas de biomassa: Não compensa queimar bagaço apenas porque é gratuito: o processo termodinâmico é arcaico e intensivo em capital. A CRISE DO ÁLCOOL Hoje, não é mais a concorrência pela terra em detrimento da produção de alimentos – já reconhecida pelos países industrializados – mas com a destinação do próprio açúcar como alimento e dos fortes estímulos decorrentes da queda das últimas barreiras e substituição dos subsídios por prêmios dobrados aos consumidores do etanol de cana. No exterior a exigência de frações mínimas de bicombustível adicionado e os custos locais muito mais elevados deverão sugar o álcool do nosso mercado.

CRISE DE ALIMENTOS


A CRISE DO ÁLCOOL Hoje, não é mais a concorrência pela terra em detrimento da produção de alimentos – já reconhecida pelos países industrializados – mas com a destinação do próprio açúcar como alimento e dos fortes estímulos decorrentes da queda das últimas barreiras e substituição dos subsídios por prêmios dobrados aos consumidores do etanol de cana. No exterior a exigência de frações mínimas de bicombustível adicionado e os custos locais muito mais elevados deverão sugar o álcool do nosso mercado. CRISE DE ALIMENTOS Até mesmo os grãos, milho e soja – eufemisticamente considerados alimentos – dependem de subsídios ao diesel para que sejam viáveis. O grão não é, tipicamente, um alimento do ser humano. Ele os consome em pequenas quantidades junto com outros alimentos. É utilizado pelos países importadores na alimentação de pequenos animais para produzir carne, um alimento protéico. Países populosos dependem dos grãos não como alimento diretamente, mas para engorda de bois precoces confinados que consomem grãos em grande quantidade, mesmo sendo ruminantes. Nos países populosos o problema crucial é de terra suficiente para cria de gado bovino. Por isso que comodities estão em alta constante, acompanhando os preços do petróleo. Mas isso não vai durar para sempre.

LAVOURA ARCAICA


A VOLTA DOS PETROSSAUROS


Ao contrário das hidroelétricas do Sudeste que foram projetados por vazões médias regularizadas por reservatórios, as grandes hidroelétricas têm sido projetadas para o máximo que conseguem produzir no período de cheias da Amazônia, onde as diferenças estacionais são muito maiores do que no Sudeste. Quanto maior a motorização, menor o custo de capital por Kw instalado, o que justificaria a construção de empreendimentos de grande porte à semelhança das grandes usinas do passado. A comparação com outros “monstrengos” é mais ou menos óbvia: Três Gargantas, Tucurui, Itaipu e Belo Monte. Para diminuir o custo da energia no período de seca obviamente as usinas são construídas com reservatórios mínimos, mas os custos e riscos da transmissão permanecem.

MEIOS E FINS


CUSTOS E RISCOS Mas, se os custos de geração podem ser reduzidos não há como evitar o custo e risco da transmissão dos grandes blocos de potência gerados por usina, que requerem a construção de corredores exclusivos. A interligação entre usinas para criar caminhos alternativos amplifica ainda mais os custos sem nenhum benefício, uma vez que a geração é simultânea devido a ausência de complementaridade entre rios isolados de mesmo regime sazonal. A interligação das grandes usinas representa um elevado investimento em um sistema que permanecerá ocioso sobre o qual incorrem juros durante o longo período de estiagem da Amazônia. MEIOS OU FINS? É um grande equívoco imaginar que grandes volumes de água representam energia, a menos que possam ser transformados em estoques de energia potencial em imensos reservatórios. Tecnicamente, é impossível domar os rios amazônicos. Mas, se a energia não pode ser armazenada na forma líquida (reservatórios de água), esta mesma energia imprevisível das enchentes pode ser armazenada na forma de estoques físicos de produtos acabados que a corrente elétrica é capaz de produzir. Neste caso, quem vai bancar o custo de fábricas paralisadas no período de estiagem? A produção de energia não é um fim em si mesmo: antes é preciso que haja mercado para os fins produzidos antecipadamente. Produtores independentes têm condições de complementar hidroelétricas através de termoelétricas a gás produzido localmente no período de estiagem. È o que vai acabar acontecendo se os corredores exclusivos não forem construídos a tempo.

VALE COMO AUTARQUIA


Como empresa autárquica está em perfeitas condições de estocar eletro intensivos (Fe e Al) com energia incorporada, em lugar de estocar energia potencial em reservatórios de água. Mas, quem vai correr os riscos de fábricas paralisadas por falta de energia no longo período de estiagem? USINAS NUCLEARES Conhecida há mais de um século, ainda não encontrou um meio eficiente de aproveitar a incrível energia contida no interior da matéria. Se todo o calor produzido pela reação nuclear pudesse ser utilizado diretamente no aquecimento — que constitui o maior componente do consumo dos países de clima frio — metade do petróleo hoje consumido no mundo todo deixaria de ser queimado. O maior beneficiário seria o próprio meio ambiente. Reúne tecnologia avançada de combustível com tecnologia ultrapassada de transformação. É limpa e não tem limitação física, pois o combustível — utilizado aos Kg — constitui uma fonte praticamente inesgotável de energia. Mas, é o “processo termodinâmico” da transformação subseqüente à reação nuclear que torna o custo de capital do conjunto maior ainda do que o custo operacional das térmicas a vapor convencional. A segurança nuclear apenas amplia os custos.

USINAS NUCLEARES


REATOR NUCLEAR Energia nuclear tambem não se presta à produção de trabalho mecânico. Primeiro, a energia química do ‘combustível’ tem de ser transformada em energia elétrica para posterior utilização, como qualquer usina elétrica. Tal como as grandes hidroelétricas têm pequenos custos operacionais e pouco polui. Não é por questão do rendimento energético em termos da relação insumo/produto. Ao final, o que realmente conta é o rendimento monetário, em termos de dinheiro, posto que, o combustível – utilizado aos quilos – custa menos do que as toneladas de combustível fóssil das termoelétricas convencionais a vapor. Países industrializados que ainda utilizam energia de acionamento vão ter de gastar mais pra produzir o mesmo efeito. O que não constitui obstáculo intransponível para países capitalizados. “as tarifas aos consumidores finais se tornam elevadas devido a uma significativa incidência de encargos e tributos na conta de energia elétrica....” Mas, nem é só o custo da geração de energia com os respectivos encargos os responsáveis pelo alto preço da tarifa. Nas 4 últimas usinas recém licitadas o lance vencedor ficou abaixo de 8 centavos/Kwhora ou 80 R$/Mwhora. Mesmo termoelétricas a gás que foram licitadas agora em 17 de agosto tem preço teto de 14 centavos ou 139 R$/Mwhora, que terão lances possivelmente menores. Só isso não justifica os preços pagos pelos consumidores de eletricidade em torno de 60 centavos (conta da Cemig). O quê torna elevada a tarifa é todo um sistema burocrático da operação do sistema que possibilita aditamentos de contratos e a cobrança de tributos em cascata pelas empresas concessionárias, verdadeira máquina arrecadadora de impostos e financiadora de campanhas, como acontece atualmente no ministério dos transportes.

PRESSÃO DOS DOIS LADOS


PRESSÃO DUPLA Por pressão do ministro e de sua colega, ao mesmo tempo presidente e diretora do conselho, Petrobras freia investimento do plano de expansão. O preço do combustível é apenas um dos itens que apenas mascara o índice de inflação, ao passo que preços reais de gasolina e álcool já constituem desestímulo ao consumo e compra de novos veículos, bem como da entrada dos importados. No entanto, o preço constitui a principal fonte de recursos da empresa que, assim vê frustrado seu novo plano de expansão. Enquanto países industrializados depositam esperanças na aventura temerária do “gás de xisto” para escapar ao estrangulamento dos fornecedores de gás e petróleo, o Brasil se dá ao luxo de reinjetar ou queimar gás natural, por falta de consumidores. Um dos poucos consensos existentes entre os especialistas de energia neste momento é o reconhecimento de que a crise energética, em particular a crise nuclear que se estabeleceu no Japão após o grande terremoto do dia 11 de março, tenderá a beneficiar o mercado internacional de gás natural como a melhor alternativa de curto e médio prazo para se restabelecer o fornecimento de energia elétrica no Japão. “investimentos em etanol, essa decisão vai contra a idéia exposta no Plano de priorizar a eficiência econômica e a rentabilidade”. A lavoura em si é bastante tecnológica. Mesmo o transporte inevitável de água e bagaço tem baixos custos correntes. O que mais pesa é o custo de capital das pesadas instalações cujo processo de transformação é arcaico: exige combustível mais eficiente (gás ou o álcool de sua própria fabricação), tanto na geração de energia elétrica das usinas de biomassa quanto em calor de processo por queima ineficiente do bagaço. Saudado como ponto positivo as pesquisas (com GE) no etanol como combustível para turbinas a álcool para melhorar o desempenho de usinas de biomassa pela co-geração, inclusive em calor de processo na destilação do álcool. “MANUTENÇÃO DOS PREÇOS DA GASOLINA E DO DIESEL CONGELADOS.... “ O álcool não tem condições de concorrer com preço da gasolina e diesel congelados por alguns anos. O processo industrial é mesmo arcaico e requer aperfeiçoamento. Nem mesmo a retirada de tarifas protetoras pelo congresso americano -- durante muito tempo considerado um “cavalo de batalha” -- constitui “tábua de salvação” para o etanol que não tem condições mínimas de abastecimento interno em curto prazo. Só uma disparada improvável no preço internacional do petróleo justificaria maiores investimentos.

POLÍTICA SUICIDA


POLÍTICA SUICIDA Manter baixo o preço dos combustíveis facilita a vida dos novos usuários e dos produtores de commodities. Mas não produz empregos relevantes na agricultura e mineração que utilizam meios tecnológicos, intensivos em capital. Por outro lado penalizar o já combalido setor industrial com altas tarifas reduz a competitividade no setor que mais emprega. Hoje, o setor que mais emprega é o de serviços. Mas os empregos são pífios: vendedores de quinquilharias importadas em troca de alimentos e minérios. Chegamos a economia de serviços sem completar a infraestrutura do setor industrial. Não há emprego suficiente para todo mundo. Cada desempregado se torna dono de uma microempresa que gera emprego para si próprio e sua família. Muitos produtores de insumos básicos (Al e Fe) estão de mudança. Os que permanecerem vão ter que produzir eles próprios a energia de que necessitam. È viável? Creio que sim, desde que a energia seja produzida localmente, de forma distribuída. TARIFAS NÃO FORAM CONTEMPLADAS A excessiva penalização das tarifas de eletricidade junto com o congelamento do preço dos combustíveis é um obstáculo a adoção de veículos mais leves e eficientes que aliviariam o trânsito caótico e a poluição local das grandes cidades, tanto “flex” quanto híbridos elétricos. Subsidiar transporte e produção de comodities pode tornar alimentos mais baratos ao trabalhador, mas não produz empregos relevantes na agricultura e mineração que utiliza meios tecnológicos. Ao contrário, penalizar a produção industrial por meio de tarifas elevadas reduz a concorrência do país, justamente nas indústrias mais ocupadoras de mão de obra: alimentos, têxteis e manufaturas. O grande sucesso atribuído ao agro-negócio e mineração se deve aos subsídios ao combustível (álcool, diesel e gasolina) que tanto criticamos quando praticado pelos países industrializados. Estamos, sem o saber, ganhando a batalha, mas perdendo a guerra para os chineses e indianos.

COMO NA FÁBULA


Mal afastada a corja do DNIT, “governo dá início a plano para novo complexo elétrico“ (folha, 26 de julho de 2011). --Será um novo plano ou uma edição requentada como nas novelas? --Vale a pena ver de novo: “Éramos 18”? Agora somos 40 do PR acrescidos de novos PC do B, mas a cena é a mesma, ops..., as usinas, começando por São Luis. Como espera o governo “criar uma cadeia firme...” com usinas de fio d’água de baixa altura de queda, sendo a maior delas, São Luís com 36 metros de queda que, entretanto, está situada na foz do rio, quase ao nível do mar na altitude de 150 metros? ‘Águas passadas não movem moinho’ “Como pode ser acompanhada de uma rede de transmissão...” em distâncias que superam 3 mil Km, para as quais sequer existem similares em todo o mundo? A maior está na China, com 2 mil Km em em corrente contínua a 800 kV. Só pode ser coisa de brincadeira, como na fábula do lobo e o cordeiro. O lobo é a nossa maior sumidade em matéria de energia: Lobão, o outro, é claro. O cordeiro somos nós.

A BOLA DA VEZ


Antes a Petrobras queimava gás natural --extraído junto com o petróleo -- por falta de usuários. Mas, agora a mesma rede construída que também trás o gás boliviano, serve também para levar. Justo agora que o consumo industrial foi estimulado e que o Operador Nacional do Sistema despacha termoelétrica (mesmo com reservatórios cheios) a empresa projeta consumo de gás maior do que a demanda e modifica planos de investimento cortando gastos em gás e energia. Adia projetos que aumentam consumo de gás próprio, como termoelétricas. De subproduto, o gás natural virou produto essencial para indústrias e termoelétricas. Quando mais se precisou da produção da Petrobras a empresa corta investimentos. Importação de gás liquefeito quanto gasoduto para transporte de gás não liquefeito leva tempo e a Petrobras passa da condição de exportador para importador líquido como já acontece com a gasolina. O gás natural não é renovável, muito menos deixa de ser poluente, mas indiretamente permite o aproveitamento mais eficiente da energia através do uso integral do combustível com rendimento elevado em usinas combinadas de co-geração, adiando a construção das grandes hidroelétricas da Amazônia. Economiza combustível poluente e bagaço de antigas usinas térmicas a vapor: “verdadeira reminiscência arqueológica da revolução industrial”.

MONOCULTURA DA ELETRICIDADE


O governo já licitou 4 hidroelétricas e planeja outras tantas num país cuja atividade industrial é declinante. Estas requerem uma rede extensa de transmissão mais cara para o transporte de grandes blocos de potência a distâncias para as quais não existe tecnologia disponível em todo o mundo. Um sistema que permanecerá ocioso no período seco. Podem ser deixadas na reserva para quando os países que utilizam combustíveis fósseis não conseguirem mais produzir insumos básicos. Nesta ocasião estocarão lingotes sólidos (Al e Fe) em lugar de energia potencial em reservatórios líquidos de água. Ou, como usinas de fio d´água complementadas por termoelétricas a gás para uso local em geração distribuída. No momento a fonte de energia de que o país mais necessita é de combustível, petróleo e gás, para acionar máquinas do agro-negócio e mineração. Petrobras X Vale Enquanto a Petrobras reduz investimentos na sua atividade precípua que é produzir petróleo e gás, a Vale avança, procurando na siderurgia a garantia para venda do minério que outras siderúrgicas querem produzir. Já garantiu posição em Belo Monte, CSA e em siderúrgicas próprias. Preços altos e demanda asiática favorecem a empresa que bate Record de maior lucro entre as companhias com ações negociadas na Bolsa. ***************************************** ATAVISMO DA MONOCULTURA O Brasil produz tanta hidroeletricidade que pode se dar ao luxo de utilizar os cômodos e anacrônicos chuveiros elétricos ao longo destes últimos 50 anos, fornecendo eletricidade gratuita aos habitantes das favelas e fazendo “vista grossa aos famosos gatos”. Agora que finalmente atingiu a auto-suficiência em petróleo e gás, teima em LEILÃO PORTUGUÊS Este não é bem dizer, um leilão tal como na piada de mau gosto que deu origem ao nome. Dizem as más línguas: “No caso do piano, os alemão fabricam, os franceses tocam e os portugueses carregam”. No caso de produtos tecnológicos, os americanos inventam, os asiáticos fabricam e os brasileiros consomem. Mas condições não são as mesmas para os diversos carregadores. Enquanto alguns dispõem de equipamentos especiais de transporte – Petrobras no caso que tem o monopólio da produção e transporte do gás – outros terão de transportá-los escada acima calçados de tamancos. Conquanto não expressamente declarado no plano mais realista, restringido pelo conselho da empresa, esta é uma “colher chá”, espécie de compensação pelo fato de a empresa ter mantido o congelamento de preço da gasolina para “maquiar índices de inflação”. Outros, mais afortunados contam com a vantagem de produzir por meios próprios tanto o insumo (gás) como o produto (térmicas). Alguns vão “chiar” interpondo recursos, mas o resultado é bom: revela o grande nº de interessados.

O FIM DO ETANOL


Não é apenas a falta de investimentos a única responsável pela falta de competitividade do álcool frente a gasolina neste momento em que o preço do petróleo está em alta. Há um estreita correlação entre preço de petróleo e commodities, inclusive etanol, uma quase commodity. Se o preço do petróleo sobe, sobem os produtos que tem o petróleo como insumo. O processo industrial arcaico é o principal responsável pelo elevado custo de capital de equipamentos e caminhões que permanecem ociosos no período de entressafra. O processo requer combustível mais eficiente para tornar os equipamentos menores. Manter congelado por anos a fio o preço da gasolina enquanto o preço do etanol está em alta por força do mercado é selar o fim do programa construído com tanto sacrifício. UMA BOA ESCOLHA A produção de álcool é similar a produção de energia elétrica em usinas de Fio D’água que dependem de condições climáticas e nenhum usineiro seria suicida de investir para bancar estoques (reservatórios) para ter álcool sob quaisquer condições. A retirada de subsídios e tarifas, caso se concretize, abre ótima oportunidade de cooperação entre os maiores produtores de etanol de vez que são complementares, dispensando estoques reguladores. Tanto lá como cá a produção de etanol é arcaica e sujeita às mesmas condições climáticas. Apesar de auto-suficiente em petróleo, não o é em diesel e nem tem condições de alterar o perfil da destilação como mostra Maria Alice. Exporta petróleo pesado por contingência e importa diesel e gasolina por insuficiência de refino local. Ao importar gasolina, não apenas perde dinheiro na troca como desestimula investimentos na produção de álcool.

ETANOL DE MILHO


O etanol de milho só é inferior se for considerando o ciclo completo. Gasta mais do que produz e requer subsídio para evitar estoque de milho para fabricá-lo. Nos Estados Unidos o etanol é um subproduto do milho já produzido e estocado em grandes quantidades para outros fins. Em relação à cana o transporte é mínimo. Não requer qualidade e pode ser processado diretamente da lavoura, em estado úmido, deixando os restos na lavoura. O processo industrial utiliza combustível mais eficiente e instalações de menor porte, o que se traduz em menores custos de capital.

O PAPEL DO COMBUSTÍVEL NO PRESENTE


Com raras exceções, toda forma de energia a ser utilizada em larga escala no mundo todo, passará, de uma forma ou outra, pela queima de algum combustível. Nem a energia nuclear, esperança do futuro, escapa do processo ineficiente da transformação de calor em energia elétrica. Isto significa que os países Industrializados vão ter que disputar preços elevados de combustíveis com os países em desenvolvimento ou, como última instância, serão obrigados a utilizar energia nuclear a custos muito maiores, em razão dos baixos rendimentos inerentes ao processo de transformação. “O reator nuclear é a maneira mais ineficiente de produzir aquecimento, simplesmente porque está condicionada a natureza limitadora das transformações físicas”. A reação nuclear em si é um processo eficiente de produzir calor e até destruição, com perdão da comparação infeliz. Seria útil se o calor da reação pudesse ser utilizado diretamente. Mas, por questão de segurança, o calor produzido pela reação nuclear é obrigado a passar por pelo menos três circuitos fechados, trocadores de calor com baixo rendimento. Alem disso, é obrigado a recorrer a formas indiretas e redundantes de transformação de calor em energia elétrica e desta em calor novamente, com o mesmo inconveniente da usina térmica convencional a vapor, de baixo rendimento. Reúne tecnologia avançada de processo de reação nuclear (reator) com tecnologia ultrapassada da usina térmica a vapor. Mas, em que pese o preço elevado do kW instalado, não é impeditivo que venha a ser utilizada pelos países industrializados, em condições extremas. Apenas pagarão um preço mais elevado pela opção (do autor). “A energia hidroelétrica e a biomassa, promissoras fontes de energia renováveis, responderam pela metade da energia primária usada nos países em desenvolvimento em 1980. Contudo, as fontes renováveis poderiam dar apenas contribuições relativamente limitadas para o suprimento de energia requerida pelo mundo todo. Apesar de os países em desenvolvimento terem explorado apenas sete por cento de seus recursos hidroelétricos, o potencial econômico total desses recursos é de cerca de 700 GW. Os recursos da biomassa são limitados pelas restrições ao uso da terra impostos pela baixa eficiência da fotossíntese. Somente uma pequena fração destes pode ser explorado como bioenergia, porque as florestas devem servir a muitos propósitos, inclusive o de habitat da para a fauna selvagem” (José Goldemberg e outros). Energia elétrica, de origem hidráulica ou nuclear, poderia substituir a queima de combustível a custos maiores, como vem acontecendo. Mas, não se adaptam bem ao perfil da demanda dos diversos países: Países industrializados (geralmente de clima frio) queimam combustível que é a forma eficaz de produzir calor (2º princípio) e tambem queimam combustível para acionamento de veículos. Não é casual, portanto, que os países industrializados tenham um consumo de combustível ajustado à demanda. De fato, nestes países o petróleo é responsável por 92 % da demanda de aquecimento e transporte. Países em desenvolvimento queimam combustíveis para produzir e transportar alimentos. A energia elétrica é usada adequadamente nos países em desenvolvimento que têm potenciais hidroelétricos ainda inexplorados (Brasil, China). Outras formas de energia estão sendo utilizadas em pequena escala como fontes de calor em diversos países: eólica (Estado Unidos e países escandinavos); geotérmica (Islândia); usinas de biomassa (Brasil). Ironicamente, até o aquecimento solar direto, que parece uma solução natural, não encontra condições favoráveis de utilização: países de clima frio, os mais necessitados, estão sujeitos ao escasso sol de inverno, enquanto que, nos países tropicais o aquecimento é desnecessário (entretanto não é ainda praticado no Brasil que utiliza o “anacrônico” chuveiro elétrico para aquecimento).

O FIM DO PETRÓLEO: UM PRODUTO FINITO


A extrema dependência do petróleo, como fonte quase única de suprimento de combustíveis aliado ao atual quadro de incertezas quanto ao futuro da globalização vem despertando o ressurgimento de velhos temores: “o fim do petróleo”, “a falta de terras”, “o fim da energia”, “o fim do trabalho”, etc. Esses temores estão associados a duas necessidades vitais que dependem fundamentalmente de energia para serem satisfeitas. Países de clima frio, industrializados ou não, dependem do petróleo para aquecimento; Países em desenvolvimento dependem do petróleo para alimentação. A dependência do petróleo, como única fonte produtora de energia, tem levado a utilização da terra como um recurso na produção de um combustível alternativo, o que leva a suspeita de que esta seja tambem um recurso limitado, tanto quanto o petróleo. Na verdade, todos os recursos serão sempre limitados, na medida dos nossos desejos. O mundo já se confrontou com o problema da escassez de recursos anteriormente e, muitos deles, anunciados de forma catastrófica, encontraram solução natural, com ajuda da ciência disponível a época (Clube de Roma, Profecias de Malthus). Agora mesmo estamos diante de novas ameaças de poluição, aquecimento global e mudanças climáticas, algumas sem a devida comprovação científica. As afirmações grifadas anteriormente constituem “expressões de retórica”, destituídas de significado objetivo. São expressões ambíguas no sentido da extensão e condições a que elas se referem. Muitos autores têm usado indevidamente, por exemplo, a palavra “recurso limitado”. --O que querem dizer, exatamente, quando afirmam que o petróleo é um “recurso limitado?” --Limitado no tempo e no espaço (100 anos, por exemplo, excluída a Antártica e o pólo Ártico)? A experiência tem mostrado que, toda vez que o preço do petróleo se eleva subitamente, novas descobertas de petróleo surgem (Mar do Norte, Alasca, costa brasileira).--Quem, em “sã consciência”, pode afirmar que depósitos fósseis, acontecidos ao longo de bilhões de anos, sob as mais severas condições de pressão e temperatura no interior da terra, podem acabar de uma hora para outra, em poucos anos do “industrialismo”? É muita presunção. Ainda bem que os países industrializados não levem muito a sério esse tipo de ameaça, que mais parece uma “seita”. O petróleo é uma comodity como outra qualquer, cujo preço, 50 centavos de dólar é pouco superior ao da soja pronta para o consumo. O que torna o seu uso atraente são os seus múltiplos componentes, depois da destilação: gasolina, diesel, querosene, óleo combustível, etc. A importância do petróleo vai muito além do seu uso imediato como combustível. Alem de essencial para o atendimento de necessidades presentes, no futuro sua importância será ainda maior, devido aos componentes que pode fornecer para obtenção de bens que se tornarão “escassos”. O petróleo pode vir a fornecer outros bens como fertilizantes, plásticos do futuro, produtos da química fina, etc., em lugar de ser usado apenas como combustível, quando podem ser encontrados combustíveis líquidos mais simples, derivados da cana e celulose. Uma alternativa promissora, para países que dispõem de combustíveis alternativos é a ”estocagem do petróleo” para utilização futura, quando novas tecnologias estiverem disponíveis e a melhor forma de estocar petróleo é a “não exploração” dos poços conhecidos. Esta é a razão principal que justifica a procura de combustível alternativo em lugar de aceitar limitações “a priori”.

ELETRICIDADE DEMAIS E CARA DEMAIS


Porque a Vale deveria investir em siderurgia num momento em que há excesso de produção de aço e as cotações do minério de ferro aumentam com força ano após ano? Não temos meios de impedir que a China – ironicamente o maior produtor de minério do mundo, maior do que o Brasil – inunde o mercado mundial com aço e alumínio, utilizando meios predatórios. Além da escalada de preços do minério e da sobra de aço no mundo, ele levanta duas questões que podem colocar em xeque a conveniência de a empresa apostar na siderurgia. A primeira é que, se entrar agressivamente nesse mercado, a Vale passará a concorrer com seus principais clientes. O segundo ponto é que produzir aço consome muita energia elétrica, o que não ocorre com a extração de minério de ferro. O mais interessante é participar da CSA para garantir compra deu seu próprio minério para neutralizar as siderúrgicas de produzir elas próprias em concorrência cm a vale. Minério é melhor negocio do momento enquanto produtos industriais caem mais depressa. Há maniqueísmo de muitos economistas brasileiros, que consideram a produção de bens de maior valor agregado como algo intrinsecamente bom. "A questão é que não é algo absoluto. A rentabilidade hoje de produzir minério de ferro é muito maior do que a da siderurgia. O que é melhor para a empresa, ser a Vale ou a Usiminas?" "E as empresas de commodities não operam num enclave. Elas estão integradas à economia, gerando demandas por produtos manufaturados e serviços nas suas cadeias", conclui ele. As exportações brasileiras de soja, uma commodity, têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados. No caso da indicação a nova presidente da Petrobras tudo concorre para dar certo por várias razões: 1ª indicação pessoal com longo tempo de permanência no serviço público como diretora conhece bem os problemas relacionados do gás, energia e petróleo. Os mais urgentes como afirma Adriano: Destravar o preço da gasolina congelada desde 2009 e aproveitar o premio e queda das barreiras ao etanol de cana; Realizar leilões de energia nova por tipo de fonte. Viabilizar 11ª rodada exploratória de petróleo e gás. Até que enfim alguém de fora do governo e ao mesmo tempo próxima da presidente que concorda em destravar o preço da gasolina, diesel e gás. Alguém que se interessa pela empresa que dirige, sem usar a mesma para fazer política monetária: “O que os usuários vão gastar a menos com combustível sobra para gastar com outros itens mais úteis e se restabelece o equilíbrio”. A inflação é um fenômeno monetário.

SUBSÍDIO À GASOLINA


Agora são duas presidentas. Sai o homem do presidente, entra a mulher da Presidenta. Apesar de todo avanço que representa a substituição por alguém que se declara mais comprometida com a gestão voltada para os acionistas e menos para o uso da empresa como “quebra galho” do governo – “Segurar inflação não é vocação da Petrobrás; É lógico que é para corrigir o preço dos combustíveis.” – Persiste ainda um ranço ideológico na questão da exigência de conteúdo mínimo de equipamentos. Mais afeito a política sindicalista, Gabrieli – desafeto da Presidenta – chegou a cogitar pela compra de equipamento mais confiável e barato. Mas a nova presidenta é explícita em relação à Refinaria Abreu e Lima que considera um equívoco: tolerável para não estressar relações com o presidente venezuelano, que até agora não compareceu com sua parte no investimento. Ela também acumula o cargo de conselheira no lugar de José Sérgio Gabrielli. Haja cargo para serem preenchidos pelos companheiros. Cobra a produção das sondas de perfuração encomendadas pela companhia. "Não trabalhamos com perspectiva de atraso", afirma Graça. Neste ponto, ela destaca a diferença de estilos que vai marcar a nova fase da Petrobrás. Principalmente "os famosos estaleiros virtuais". Depende disso e das novas refinarias a consumação da autossuficiência brasileira. Sem as sondas operando no prazo estipulado, a empresa não consegue atingir as metas de produção, como ocorreu nos últimos três anos. Sem mais capacidade de refino, a Petrobrás é obrigada a importar gasolina para atender ao aumento do consumo. O Brasil, então, não é autossuficiente? "Não está porque tomamos a decisão tardia de fazer crescer o nosso parque de refino", fala Graça, sem a presidente da Petrobrás considera necessário adequar o preço dos combustíveis vendidos na refinaria ao novo padrão de preço do petróleo, câmbio e consumo. A reviravolta na política protecionista – queda de barreiras acompanhada de prêmio ao etanol de cana – vai sugar do mercado brasileiro o álcool anidro, muito mais importante e caro do que a própria gasolina, para atender a exigência de frações mínimas de biocombustíveis a serem adicionados nos derivados fósseis do exterior. O subsídio à gasolina importada representa uma barreira econômica e desestímulo à renovação dos canaviais, cuja produção atual acabará desviada para produção de açúcar, 1/3 mais lucrativa. No curto e médio prazo não há remédio senão o aumento do preço da gasolina, já reconhecida pela nova presidente da Petrobras.

CONTEÚDO MÍNIMO


A exigência de conteúdo mínimo constitui um atraso equivalente à reserva de informática que atrasou em pelo menos uma década as telecomunicações e uso computadores. Pode produzir atraso ou encarecimento da exploração do petróleo, especialmente o gás, como fonte de geração distribuída de termoelétricas combinadas e processos industriais siderúrgicos e mineração. “Vai condicionar a extração de petróleo ao ritmo do desenvolvimento da nossa indústria fornecedora de bens e serviços. Isto vai implicar em atraso na produção e encarecimento do custo de exploração e produção”, segundo Adriano. E postergação dos leilões exploratórios de petróleo nos campos terrestres e do Pós-sal, para os quais a Petrobras demonstra pouco interesse em competir com empresas privadas mais eficazes (EBX e outras).

RESERVA DE MERCADO


A reserva de mercado funcionou bem no passado do pós-guerra com a política de “substituição de importações” em um contexto distinto quando o país tinha saldos que foram desbaratados pelo governo Dutra. Sua retirada resultou em profícua cooperação com países industrializados que permitiu a rápida industrialização: montadoras, indústria eletromecânica e manufaturas. Inicio da globalização. O país crescia à taxas muito superiores aos ‘tigres asiáticos de hoje. Perdemos décadas em decisões nacionalistas e acabamos perdendo o trem da história. Hoje não é mais possível refazer estaleiros e ferrovias que foram sucateadas com a industrialização precoce: o Brasil “cortou etapas”, mas aumentou sua participação no mercado global como beneficiário da elevação do preço de comodities. Com a recessão e crise nos países industrializados a situação é semelhante ao pós guerra: equipamentos de produção de petróleo e usinas eólicas estão a preços muito inferiores aos que seriam produzidos no país com evidentes atrazos,

COMCORRÊNCIA DE ESTATAIS


Duas empresas estatais tratando do mesmo tema energia, cada uma submetida ao monopólio da outra: Petrobras participando de leilões de termoelétricas; Eletrobrás consumindo combustível compromissado com a Petrobras em detrimento de empresas privadas produtoras de energia térmica para fins industriais e comerciais (calor de processo); Petrobras construindo usinas de álcool ou participando em consórcio de fabricação de turbinas (PETROBRAS/GE); consórcio de distribuidora e produtoras de etanol (SHELL/COSAN), etc. Como se vê a produção e transporte dos dois tipos de energia, puramente hidroelétrica e eletro/térmica estão de tal forma interrelacionadas que se torna praticamente impossível a regulação do sistema todo sem a utilização da complementação térmica de forma isolada, segundo declarações inequívocas do próprio ONS.

GASODUTOS SEGUEM REDES ELÉTRICA


Não há justificativa técnica para a existência de operadores privilegiados exclusivos para cada uma das modalidades. As redes elétricas e de gasodutos se sobrepõem razoavelmente na maioria dos pontos de carga e fontes. Podem muito bem ser gerenciadas por um único órgão colegiado, Operador Nacional do Sistema Eletro-térmico (ONSET), nos moldes do atual Operador Nacional do Sistema Elétrico que vem atuando eficazmente. Gasodutos constituem redes unifilares quase radiais muito mais seguras e baratas do que as redes elétricas polifásicas de UHV. A atual rede gasodutos está em faze terminal de conclusão dos principais troncos, graças ao excelente trabalho da ex-diretora de distribuição de gás, agora na condição de presidente da Petrobras. O atual Sistema interligado está se tornando demasiado complexo e extenso que requer um apurado processo de gestão e operação, para o qual não existem no mercado linhas de EUHV em tensões superiores a 1 milhão de volts para vencer distâncias de superiores a 2000 Km em plena selva amazônica. Considerando a necessidade de complementação térmica na atual fase do sistema – já reconhecida pelo ONS – e levando em conta a segurança, esta é a oportunidade para a utilização mais eficiente do gás na geração simultânea dos dois tipos de energia através de termoelétricas combinadas de geração distribuída. De fato, a grande afluência tem afetado inclusive o Sudeste cujos reservatórios permanecem cheios, que, a persistir dispensam acionamento de térmicas nos próximos anos. As hidroelétricas do Tapajós e Teles Pires – salvo melhor juízo Sinop – seguem o mesmo modelo de reservatórios ridículos, menores do que a área inundada de qualquer um dos 34 municípios da bacia de Furnas por menores que sejam. Há possibilidade de reservatórios em países vizinhos que poderão firmar energia à jusante no Madeira. Concordo com a complementaridade citada, mas as usinas de biomassa não prescindirão de termoelétricas a gás combinadas para aumentos da eficiência.

RESERVATÓRIOS INÚTEIS


São reduzidas as chances. Mesmo com as previsões de mais chuvas por mudanças climáticas chega ser um contra censo – a própria enchente já é um reservatório natural que se esgota rapidamente nos reservatórios rasos – por largos que sejam – e de pequena altitude. Mas, não está definitivamente descartada no futuro, quando a energia se tornar muito mais cara em face do esgotamento de recursos. Admitida a inevitável complementação por termoelétricas combinadas – segundo o ONS – a melhor providência seria o aumento da capacidade instalada das usinas (a jusante dos principais reservatórios do Sudeste) que tem previsão de “slots” para aproveitar maiores vazões, especialmente aquelas que terão concessão renovada. Isso vai requerer um reforço de novas linhas com caminhos alternativos.

GUY SORMAN


Se for traçada uma curva de crescimento dos últimos 30 anos e, em paralelo, uma curva de desemprego, constata-se que as crises aumentam o desemprego, mas que as retomadas de crescimento não o reabsorvem completamente. As empresas em recessão conseguem um certo ganho de produtividade que fica difícil de ser identificado quando a conjuntura melhora. Dessa forma, se as recessões podem gerar um desemprego definitivo, o progresso técnico pode igualmente melhorar a produtividade. A globalização contribui para essa tendência pesada: os empregos transferidos dificilmente retornam. Em princípio, esses empregos perdidos serão recuperados por novos, mais complexos. Essa destruição criativa virtuosa necessita de uma mão-de-obra qualificada por novos meios: mas a inovação é mais acelerada que a educação; assim, o turno da noite, com um nível educacional mais baixo, é encontrado por toda parte onde existam menos trabalhadores empregados. Para se ater à teoria clássica, basta então que as remunerações baixem para que a oferta de emprego se ajuste à demanda; mas isso soa falso quando as normas dominantes de nossas sociedades excluem a flexibilidade dos salários. São raros os países que, em tempos de crise, escapam do desemprego. Menos ainda são aqueles onde os salários são flexíveis com consentimento, como na Coreia do Sul ou no Japão, onde os bônus são suprimidos e, por razões morais e legais, não se demite ninguém.

VALORES COLETIVOS


No Ocidente, os valores coletivos são inversos aos da Ásia e a questão da demissão se sobrepõe à questão dos salários. Acrescenta-se, nas economias ocidentais – contribuindo com a tendência de ir em direção ao desemprego permanente – a organização das empresas e dos mercados em fortalezas intransponíveis, em decorrência dos bloqueios sindicalistas ou ambientais: aqueles que estão mantendo um emprego e aqueles que não estão, veem ser (de forma igual) reduzidas suas chances de encontrar um trabalho. Os mais jovens são as primeiras vítimas dessa política de exclusão.

SEGURAR INFLAÇÃO NÃO E VOCAÇÃO


Segurar inflação não é vocação da Petrobrás", diz Graça Foster" É lógico que é para corrigir o preço dos combustíveis", diz presidente da Petrobrás Cobra a produção das sondas de perfuração encomendadas pela companhia. "Não trabalhamos com perspectiva de atraso", afirma Graça. Neste ponto, ela destaca a diferença de estilos que vai marcar a nova fase da Petrobrás. Principalmente "os famosos estaleiros virtuais". Depende disso e das novas refinarias a consumação da autossuficiência brasileira. Sem as sondas operando no prazo estipulado, a empresa não consegue atingir as metas de produção, como ocorreu nos últimos três anos. Sem mais capacidade de refino, a Petrobrás é obrigada a importar gasolina para atender ao aumento do consumo. O Brasil, então, não é autossuficiente? "Não está porque tomamos a decisão tardia de fazer crescer o nosso parque de refino", fala Graça, sem a presidente da Petrobrás considera necessário adequar o preço dos combustíveis vendidos na refinaria ao novo padrão de preço do petróleo, câmbio e consumo a produção de petróleo nosso cresce a partir de 2013, 2014, quando teremos 46 sondas de perfuração uma das prioridades é o investimento em etanol, uma estratégia para aumentar a oferta no mercado interno e diminuir a dependência da gasolina importada uma das prioridades é o investimento em etanol, uma estratégia para aumentar a oferta no mercado interno e diminuir a dependência da gasolina importada

AÇO: EXCESSO DE CAPACIDADE OCIOSA


Já na substituição de Agnelli, é má idéia forçar investimentos em siderúrgicas em um momento de excesso de capacidade ociosa na produção de aço. Nem sempre agregar valor é a melhor solução. Exportar minério é o melhor negócio para a Vale que tem poucos concorrentes externos. A vale não pode concorrer com seus clientes nacionais que, por falta de alternativa estão buscando produzir seu próprio minério. Deve investir em empresas em andamento (CSA) para garantir consumo de seu produto. Exportar aço com energia agregada consome muita energia e pouca mão de obra. É um péssimo negocio em um mercado saturado com excesso de ociosidade na capacidade instalada. Só é possível na China, com 80% do aço produzido por meios predatórios e mão de obra escrava (estão todas no interior do país). O ONS constata em 2011 um excesso de geração para a qual não existe demanda. Depois da crise o governo fez leilão de 4 hidroelétricas de grande porte concentradas na Amazônia, perfazendo cerca de 20 GW de capacidade instalada, justamente numa fase em que é declinante a atividade industrial que vai sendo agravada com o prosseguimento da própria crise mundial pela excessiva tributação da tarifa de eletricidade. A situação climática foi tão favorável em 2011 que – com todos os reservatórios cheios no final da seca -- o ONS foi obrigado a dispensar o despacho de térmicas em 2011 e possivelmente 2012. As recém-licitadas usinas da Amazônia serão as maiores responsáveis pelo excesso de energia elétrica gerada até 2015. Entretanto, não existe mais locais onde a água possa ser armazenada e é o próprio ONS que reconhece a necessidade de complementação térmica para suprir a crescente incapacidade dos reservatórios de auto-regulação do sistema. “Não há milagre,... será impossível operar o sistema elétrico brasileiro sem a existência de uma complementação das térmicas." Mas, se não há demanda para energia elétrica de acionamento indust¬rial, existe uma forte pressão mundial por alimentos e insumos básicos que requerem outra fonte de energia: do tipo térmico, geradora de calor em que é mais eficiente.

O COMEÇO DO FIM OU O FIM....


Manifestações impedem alta nos combustíveis. Fuga de investimento inviabiliza 1ª rodada do PRESAL. A anunciada eliminação dos estímulos do FED combinado com o sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de gasolina, diesel e etanol. Se, o “1º tsunami de dólares” barateava o combustível importado, ainda era possível a equiparação do preço nas distribuidoras. Agora é impossível: imagina o efeito perverso de uma valorização do dólar que encarece o gás, gasolina e etanol importado que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente. A essa altura dos acontecimentos uma alta no preço dos combustíveis na bomba seria “um tiro no pé” tendo em vista o clamor das ruas. Mas, seria muito pior o aumento inevitável em ano de eleição. Gasolina aumentando usuários vão consumir menos de outros bens, reduzir viagens e haverá redução no preço desses outros bens. A inflação é um fenômeno monetário. http://letras.mus.br/vital-farias/49294/#selecoes/380165/ Apressadamente, os governos seguraram o preço das passagens, com medo das próximas eleições. Os estudantes – certamente – vão ter passe livre e aí, quem paga a conta? – é o “Papai Noel”? É claro que todos têm que pagar a conta, seja o usuário ou o contribuinte. Não existe mais ninguém para pagar. A exploração do petróleo sempre foi movida por promessas não cumpridas, públicas ou privadas. Veja o exemplo do PRÉSAL e das empresas “X”. O descrédito das empresas “X” põe mais dúvida sobre a imagem do Brasil no exterior. E fácil ser nacionalista, mas pergunte a qualquer funcionário do BB, Caixa, Petrobras e trabalhadores que aplicaram seu fundo (inclusive o FGTS) se estão satisfeitos com os resultados da “mega capitalização da Petrobras”. A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012 e o sucesso acabará refletindo no preço comodities inclusive o petróleo. Eventos simultâneos: – Valorização da moeda dólar, que já está ocorrendo. – A exploração gera um ambiente propício ao investimento. – Retorno dos dólares devido a eliminação dos estímulos americanos do FED. – Aumento da taxa de juros do FED. “A desvalorização cambial ocorrida no último mês elevou a defasagem dos preços domésticos em relação ao mercado internacional de 9,8% para 15,9%, no caso da gasolina, e de 6,5% para 13,4%, no caso do óleo diesel. O cambio desvalorizado também impacta o endividamento da empresa” (Adriano Pires). “fuga de dólares” aumenta – momentaneamente –despesa da Petrobras, mas estimula a produção nacional de etanol e de gás. O etanol deve ficar mais competitivo do que a gasolina este ano e se o preço da gasolina for finalmente equiparado – agora mais justificado pela alta do dólar – o etanol premiado de cana tem chance de sair da estagnação dos últimos anos.

CONCORRÊNCIA NA PRODUÇÃO DE CALOR DE PROCESSO


Indústrias de cerâmica e de vidro substituíram óleo combustível pelo gás e perderam competitividade, mas “não têm como voltar atrás” (Abividro). Até meados da década passada, o Brasil era fornecedor de vidro plano para quase toda a América do Sul. Há uma forte concorrência pelo gás para produção de “calor de processo” e gás para acionamento de térmicas. Produtores verticalizados têm a alternativa de “vender o calor” de suas térmicas em lugar da venda do gás propriamente dito. Os custos do setor petroquímico dependem tanto do preço do gás que várias fábricas podem fechar. Nos Estados Unidos, o gás extraído das rochas de xisto (shale gas) tem custo baixo e abre a perspectiva de reduzir o custo da energia naquele país, que detém a segunda reserva mundial, depois da China.

GASODUTOS


A rede de gasodutos desempenha o mesmo papel que o sistema interligado no transporte de energia elétrica. São redes paralelas transportando tipos distintos de energia: térmica e eletricidade. Portanto, NÃO deveria ter donos exclusivos. Mas ser utilizado por produtores independentes e usuários distantes, na mesma forma utilizada no sistema elétrico interligado: vendendo em uma ponta e comprando em outra de consumo, pagando apenas o aluguel pelo trânsito ou diferença de custos. Como estão estreitamente relacionados no transporte de energia deveriam ser administrado pelo mesmo consórcio comum, como é o Operador Nacional do Sistema elétrico. Hoje o problema não é a energia elétrica propriamente dita para acionamento industrial – em baixa devido ao elevado preço da tarifa, agravado pelo câmbio – mas a energia térmica de combustíveis para acionamento dos motores do agronegócio e mineração, principal fonte de superávit externo. Mas ela tem que chegar onde é necessária. “Isso só é possível com mais investimentos e melhorando a operação do sistema” (Adriano Pires). O sistema brasileiro de fato é bem bolado quanto à integração das diversas regiões do país. a saber, quando integráveis, o que não acontece na maioria dos potenciais recém-licitados da Amazônia, cujos rios constituem bacias isoladas de mesmo regime sazonal. Você não pode ter uma dependência tão grande de um corredor exclusivo, tem que ter uma redundância para dar segurança e isso requer malha mais elaborada e ambientalmente cara por transmitir energia, ao contrario da internet que só transmite sinais.

ESTOQUE DE ENERGIA POTENCIAL QUÍMICA


Apagão mostra que as linhas de transmissão não dão segurança. Térmicas a gás na base equivalem a reservatórios adicionais, pois o depósito de gás já é um estoque de energia potencial, disponível a qualquer instante, independente de condições climáticas. “Em caso de um problema, a usina térmica entraria imediatamente em funcionamento, como uma espécie de gerador como sugere Adriano Pires”. Substituir equipamentos de ar-condicionado de hotéis, empresas e shoppings por refrigeração a gás. - Isso cria uma demanda para o mercado de gás, que hoje é ocioso. Esse tipo de carga (a de refrigeração de ambientes) não tem que estar no sistema elétrico. A infraestrutura para o gás já está toda construída. Precisa um novo modelo de energia para o país, hidrotérmico, em vez de hidroelétrico. O consumo de energia é cada vez maior. Toda vez que houver uma sobrecarga no sistema, quando está muito calor, por exemplo, esses apagões podem ocorrer.

MONOPÓLIO DO GAS


Hoje no Brasil quem é proprietário de todo o gás é a Petrobras. Há um monopólio e não podemos tornar a estatal a única fornecedora de gás do Brasil. Houve um leilão de térmicas a gás, mas temos que lembrar que o governo não pode re-estatizar mais o setor, com o gás da Petrobras. No leilão de térmicas ocorre um círculo virtuoso: Como a Petrobrás banca o combustível para “maquiar índices inflacionários”, forçosamente vai ter que bancar o gás natural, também um combustível muito precioso do momento, por estar sendo re-injetado ou queimado, por falta de usuários. A oportunidade da participação de produtores independentes, ao mesmo tempo de gás e energia, aumenta a concorrência e alivia os setores públicos de maiores investimentos. È o que vem ocorrendo com os inúmeros estabelecimentos, que, voluntariamente vem produzindo sua própria energia na forma de cogeração.

GERAÇÃO DISTRIBUIDA


As principais oportunidades para a cogeração à gás natural no Estado de São Paulo estão nos segmentos industriais que mais consomem óleo combustível: indústria química, indústria de papel e celulose e indústria de alimentos e bebidas; indústria de vidros e cerâmica. Podem-se destacar, também, oportunidades em alguns segmentos de maior porte do setor de serviços, tais como shopping centers, hospitais, supermercados e hotéis. As fontes de geração distribuída mais promissora para o Estado de São Paulo, a curto e médio prazo, são a cogeração com gás natural, a cogeração com resíduos industriais, agrícolas e urbanos e as pequenas centrais hidrelétricas. Se a paralisação de nucleares na Alemanha está trazendo dificuldades de transmissão de energia eólica do litoral, imagine o problema que se tornará a transmissão de energia de termelétricas e eólicas na Amazônia, onde deve caber pelo menos umas cinco Alemanhas!

GÁS TERRESTRE


‘O gás da Amazônia poderá firmar energia das usinas do rio Madeira, bem como a partir de 2014 com a conclusão da linha Tucuruí-Manaus levar energia elétrica para o nordeste’ Em algumas aplicações toda energia do gás de terra pode ser aproveitado integralmente. Em usinas combinadas (cogeração) produz energia mecânica diretamente do eixo e energia calorífica nos gases de escape. Desta forma, a energia calorífica – que seria perdida pelos gases de escape – é reaproveitada para o aquecimento permitindo economia do combustível fóssil e bagaço das antigas térmicas a vapor: Candiota, Piratininga, Santa Cruz e usinas de cana de açúcar : cujo processo termodinâmico constitui ‘verdadeira reminiscência arqueológica da revolução industrial’. Países industrializados já usam térmicas em poucas atividades industriais, o grosso do consumo de energia é para aquecimento cujo suprimento não escapa da queima direta de combustível. Em alguns setores podem também utilizar o gás completamente nas térmicas, aproveitando a elevada temperatura dos gases de escape. Isoladamente, custam menos e têm rendimento maior do que antigas térmicas a vapor (inclusive nucleares): verdadeira reminiscência da revolução industrial. Em grupos de reserva (motores a gás) o calor da combustão -- que seria duplamente perdido pelo arrefecimento -- pode ser reutilizado para aquecimento de água e produção de vapor (serpentina), dispensando o radiador. Metade da energia é usada na iluminação e acionamento e a outra metade --que seria perdida – pode ser usada no aquecimento central.

FUGINDO AO CONTROLE


FUGINDO AO CONTROLE Termoelétricas a gás de baixo custo de capital (turbinas velozes em II/IV pólos) não só podem firmar hidroelétricas do Madeira e Tapajós, como podem reduzir o consumo de diesel ou até mesmo combinar com antigas térmicas a diesel da Amazônia. Aquelas de pequeno porte podem ser combinadas às antigas térmicas (cogeração) para reduzir o consumo de bagaço e combustíveis fósseis. Termoelétrica a gás constitui o complemento mais seguro e natural das hidroelétricas do Sudeste e Sul que já esgotaram a capacidade de armazenamento em termos de energia potencial. Uma vez instaladas, vão permitir hidroelétricas sobre motorizadas funcionando na base com aproveitamento integral de águas vertidas. Sudeste e Sul que já esgotaram a capacidade de armazenamento em termos de energia potencial. Uma vez instaladas, vão permitir hidroelétricas supermotorizadas funcionando na base com aproveitamento integral de águas vertidas “Um dos poucos consensos existentes entre os especialistas de energia neste momento é o reconhecimento de que a crise energética, em particular a crise nuclear que se estabeleceu no Japão após o grande terremoto do dia 11 de março, tenderá a beneficiar o mercado internacional de gás natural”. (Marcelo Colomer e Edmar Almeida).

COGERAÇÃO E COMPLEMENTAÇÃO


Usinas eólicas, naturalmente estarão confinadas aos locais próximos do nordeste onde o sistema está bastante integrado e do qual são complementares. Não é, exatamente, o tipo de energia (elétrica) que o país mais precisa depois da licitação das grandes hidroelétricas da Amazônia, mas de combustível para acionar tratores e caminhões da agroindústria e mineração, que pode ser economizado por termoelétricas a gás através da cogeração. As termoelétricas a gás têm alcance mais amplo: contam com o bom momento das novas descobertas de gás natural por produtores independentes para acionar termoelétricas complementares às usinas de fio d’ àgua da Amazônia e de cogeração do restante do sistema. Por receio de novos apagões, outros estabelecimentos de uso público já vêm fazendo isso voluntariamente como meio de fugir ao controle burocrático das concessionárias. O privado se antecipando ao público: uma evidência da necessidade complementação.

GAS COMO SUBPRODUTO


O gás é a melhor alternativa de curto e médio prazo para se restabelecer o fornecimento de energia elétrica no Japão, como de resto nos EUA e União Européia. A cada vez mais provável moratória na expansão da capacidade de geração nuclear levará o Japão e muitos outros países pobres em recursos energéticos renováveis a lançarem mão do gás natural para expandir a capacidade de geração, agravada com as restrições regulatórias provenientes do acidente da BP e das restrições ambientais do carvão mineral. “em um contexto de redução das opções tecnológicas de geração em função de questões de segurança (nuclear) e emissões (carvão), o gás natural apresenta-se como a melhor opção” (Marcelo Colomer e Edmar Almeida). Ora, este é o tipo de transformação onde ocorrem grandes perdas de calor, qual seja: queimar combustível para produzir trabalho em automóveis e tratores. Mas, se é inevitável que o país venha a produzir petróleo, é onde uma política de eficiência no uso final tem as melhores chances de sucesso pela sua diversidade. No Brasil o consumo de energia originária do petróleo é mais que o dobro da energia proveniente da eletricidade. Como já tem um sistema elétrico bastante otimizado vale mais a pena economizar no consumo de petróleo onde ocorrem as maiores perdas: Mas, pode se tornar um processador de alimentos e insumos básicos, que requerem os dois tipos de energia simultaneamente: calorífica e eletromecânica. Cogeração é o processo que permite as duas coisas ao mesmo tempo. Junto com a produção de petróleo virá a também inevitável produção de gás, como subproduto. Este poderá ser usado na complementação das usinas de fio d’água da Amazônia.

CONSENSO SOBRE SHALE GAS


Um dos poucos consensos existentes entre os especialistas de energia neste momento é o reconhecimento de que a crise energética, em particular a crise nuclear que se estabeleceu no Japão após o grande terremoto do dia 11 de março, tenderá a beneficiar o mercado internacional de gás natural como a melhor alternativa de curto e médio prazo para se restabelecer o fornecimento de energia elétrica no Japão. Adicionalmente, a produção nacional de gás natural norte-americana se recuperou a partir do shale gas o que pressionou ainda mais para baixo os preços no mercado internacional de GNL. O resultado foi o surgimento de um excesso de capacidade de liquefação e de transporte. Por precação o regime de operação do sistema elétrico tem sido alterado de forma a tornar a operação das centrais termelétricas a gás mais frequente. “Alguns fatos recentes indicam que a revisão do regime de operação do setor elétrico é exequível: (i) As descobertas de gás natural no mar e em terra irão disponibilizar volumes relevantes de gás natural nos próximos anos; (ii) A prática comum de despacho de centrais termelétricas por razão de segurança revela a insatisfação com o regime de operação atual do setor elétrico” (Luciano Losekann). Mas, se o custo operacional médio é mais elevado, os riscos por acidentes climáticos são menores diminuindo a necessidade de investimentos em linhas distantes, cujos custos de capital são excessivos. Para avaliar o efeito líquido para o setor elétrico é necessário quantificar as alterações de custo de capital e operacional resultantes da operação mais frequente de centrais a gás.

GÁS; O “PRESENTE” DO FUTURO.


A alternativa promissora está mais no presente do gás natural e das fontes renováveis exóticas do que na produção de petróleo propriamente dito e das grandes hidroelétricas. Grandes descobertas nos últimos dez anos tornaram o gás natural a alternativa mais promissora de energia para os próximos 40 anos devido a sua abundância e ao custo próximo de zero. Libera menos CO² do que carvão, gasolina (diesel) e até menos do que o etanol em que pese o sucesso do Proálcool. Encontrado de forma dispersa (descentralizada), custa menos e é mais seguro transportar gas (energia potencial) do que energia elétrica. Em calor de processo custa metade da eletricidade gasta em chuveiros mesmo incluindo custo de capital. E para acionamento de veículos é mais barato devido o alto preço da tarifa de energia elétrico: um feudo do governo. É um subproduto da exploração de petróleo em área já licitada: terrestre e fora do Pré-sal. se inverteram: é o mercado que procura pelo gás dos campos terrestres e do Pós-sal. Mas, esta é uma tendência acontecendo em todo mundo, não um fenômeno exclusivo do Brasil. Não há impedimentos legais e os atrativos econômicos são grandes. A maior dificuldade é a cultura estabelecida no governo, reguladores, concessionárias e consumidores segundo a qual apenas a geração centralizada com longas linhas de transmissão consegue, com sua escala de produção, produzir energia de baixo custo. Hoje, há várias oportunidades de geração distribuída mais eficazes que as alternativas centralizadas, mas é preciso lutar contra as dificuldades e as normas que dificultam ou impedem sua realização. É preciso, também, informar os consumidores sobre as oportunidades abertas pelo novo modelo de exploração do setor elétrico.

GÁS: INSUMO PARA COGERAÇÃO


Entretanto, em lugar de contar com as expectativas do Pré-sal --cuja distribuição de royalties sequer foi apreciada pelo novo congresso – há uma alternativa modesta muito mais promissora na utilização do gás que não requer grandes investimentos. Até aqui há uma procura de mercado para o gás dos campos terrestres que está sendo queimado por falta de opções. Com a rede de gasodutos pronta, a procura é tão intensa que os papéis

DIVERSIDADE


O Brasil é um país diverso e é na diversidade e complementaridade das suas fontes de suprimento que reside a sua maior riqueza: – Usinas eólicas complementares próximas as linhas de transmissão do NE. – Usinas de biomassa complementares já interligadas ao sistema SE e Centro-oeste. – Termoelétricas a gás complementares de usinas de fio d’água da Amazônia. Ambas de baixo custo. – Termoelétricas combinadas para redução do consumo em usinas a carvão mineral ou biomassa nas usinas de cana de açúcar. Numa análise sistêmica, o Brasil é um país periférico que não tem condições de influir nas escolhas do mercado global, mas oferece melhores condições econômicas e ambientais de produzir o que China e Estados Unidos estão produzindo atualmente. Não tem condições de assumir os riscos econômicos e ambientais da exploração do Pré-sal que deve ser deixado a outros países para os quais o petróleo é mais vital para o aquecimento.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

DOAÇÃO NÃO GENEROSA


PORQUE EM LIBRA OCORREU UM LEILÃO DE PERDEDORES? Desagradou “Gregos e baianos”: esquerda e direita, inclusive os velhos nacionalista saudosos. O povão que só sabe de bolsa família ficou encantado e a presidente recupera popularidade. Um leilão na forma de concessão traria mais recursos para exploração de outros campos, diretamente pela Petrobras na forma de prestação de serviço como sugere o professor da USP Ildo Sauer. Por exemplo: Mal comparando, no leilão de Tupy por “cessão onerosa” – renomeado para Lula – rendeu US$42.5 bilhões, conquanto considerado menos promissor. Claro que não entrou dinheiro em espécie. Apenas maior participação estatal no capital da Petrobras e fuga de acionistas minoritários. O que parecia na época uma doação “generosa” – para contrapor à cessão onerosa – acabou por se transformar em dor de cabeça para a Petrobras, com a fuga dos acionistas minoritários e redução do valor das ações a quase metade, situação que perdura até os dias de hoje. “Inicialmente, a estimativa das reservas de Franco, divulgadas em 2010, por ocasião da cessão onerosa, era de cerca de 4,5 bilhões de barris. Desse total, 3 bilhões de barris foram dados em troca de ações da companhia durante a mega capitalização da empresa”. “Outros dois bilhões estão divididos em outros campos do pré-sal de menor porte: Florim, Sul de Guará, Entorno de Iara, Sul de Tupi, Nordeste de Tupi, e uma área contingente (Peroba), somando o total de R$ 74,8 bilhões, valor equivalente às ações cedidas pela Petrobras à União. Na época, se estabeleceu um valor para o petróleo produzido no local de US$ 8,51, valor que será renegociado no ano que vem entre a empresa e o governo”. Fonte: Valor Econômico, por Cláudia Schuffner.

UNANIMIDADE BURRA


Partilha é um regime criado pelo Gabrieli para manter coesos velhos nacionalistas. Deu certo como estratégia de marketing. Espionagem é um factoide usado como pretexto – para entreter velhinhos – para adiar leilão. Vale como experiência apenas. Daí leva dez anos para produzir petróleo, já que a Petrobras não tem condições de bancar a exploração e os riscos. Se já não ha interessados para Libra, quem vai interessar por outros menos promissores. De onde virá o gás para suprir termelétricas? E a gasolina para abastecer a frota que não para de crescer? Todos tem razão e não tem ao mesmo tempo. O governo é democrático, mas não representativo. Não existe oposição. O Que impera é uma unanimidade burra que acaba por se render ao poder central que governa por decreto e medidas provisórias – uma herança da ditadura – que a constituinte cidadã manteve intacta. Nestes tempos de populismo, políticos de mais de 60 anos correm o sério risco de extinção. Por isso aderem como “cracas” ao casco grande navio.

QUEM REGULARÁ NOSSOS REGULADORES?


No congresso políticos gagás que já perderam o contato com a vida moderna fingem-se de indignados com os “atentados à soberania”, mas ninguém lhes dá ouvidos. Acabam por se render ao poder central que governa por decreto e medidas provisórias – uma herança da ditadura – que a constituinte cidadã manteve intacta. Nestes tempos de populismo, políticos de mais de 60 anos correm o sério risco de extinção. Por isso aderem como “cracas” ao casco grande navio. Vide vice-governador ubíquo da oposição e – ao mesmo tempo ministro da situação. Isto é o populismo da base de sustentação do governo de coalisão: uma fauna exótica de políticos das mais diversas origens, religiões e ideologias, do centro, da direita e esquerda – cada qual com sua quota nos ministérios e secretarias – todos sob o comando da presidente que reina soberana por decretos e medidas provisórias. “Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia”.

LEILÃO DE CONSÓRCIO ÚNICO (HOMOLOGAÇÃO)


O mercado acha que ela está a esquerda de Lula que era legal porque aceitava conversar. A presidenta herdou esse negócio do qual é difícil desvencilhar. Deu uma recuada e está desconfortável. Os empresários sabem que ela vai ganhar e estão dispostos a cooperar. Se deixar por conta do PMDB e do próprio PT, Pains, Arnaldo e Suplicy acabarão comprometendo o sistema da previdência. Se conseguirem eleger mais um poste para são Paulo. “O tabelamento da taxa de retorno pegou mal e quase virou uma réplica dos bolivarianos”. Empresários não jogam dinheiro fora é menos atrito e mais reclamação. Eles já deram conta de que uma coisa é a relação de forças , outra é a política. Sabem que vai ganhar e vão compor com ela e ela vai compor com eles, discutir. Os incentivos ao consumo estão esgotados. Dilma está em dificuldades de levar adiante o projeto de melhora. A economia não cresce por falta de investimento. Não resolve o problema da indústria. E se não resolver as coisas recuarão. De tanto espionar, grandes petrolíferas acabaram chegando a conclusão de que não vale a pena se inscreverem. Só deu chinesa e Quem nos protegerá de nossos protetores? Não houve surpresa alguma no leilão de Libra: Galp ou Repsol, ambas são empresas minúsculas associadas à estatal chinesa Sinopec não foram inscritas no leilão de Libra ao mesmo tempo, porque – empresas do mesmo dono – souberam da oferta de cada uma sem precisar de espionagem. Eles – que são ibéricos – que se entendam. Vence outra chinesa.

PRÉ-SAL VIROU CONTO DE FADAS


– O país se se meteu numa “camisa de onze varas” e para sair dessa “camisa de força” vai ter que aceitar “na marra” as concessões, mesmo os do Pré-sal, que não consegue chamar mais a atenção de grandes petrolíferas. Sozinha a Petrobras não dá conta e pode sofrer retaliações de ambientalistas em caso de vazamento. – Desenvolvimento não é mais como foi na década de 70. Agora tem de fazer acordos para poder competir. O foco da turbulência está na adequação da exportação e importações (aumentam o de déficit que não mais consegue financiar com capital externo, porque o crescimento é baixo sempre e na indústria não tem dinamismo. A configuração da economia mundial é outra. É preciso procurar outros caminhos. Um deles é o próprio agronegócio e indústria de equipamentos agrícolas. O Brasil produz excesso de eletricidade – segundo o próprio operador do sistema – para um setor industrial que encolheu. Mas tem oportunidade na produção de energia de outro tipo: energia térmica para acionamento de termoelétricas combinadas de complementação e calor de processo utilizado em fábrica de vidro, cerâmica, alimentos e bebidas. Mais tarde, quando o câmbio voltar a refletir o poder de compra, poderá voltar a fabricar máquinas e equipamentos para exportação A eletricidade da Amazônia poderá ser utilizada em geração distribuída para desenvolvimento regional.

ESTÍMULOS DO FED


O crescimento do PIB nos EUA foi revisado pela 2ª vez para 4,1%. Na 1ª, de 2,5 para 3,6% e na 2ª de 3,6 para 4,1%. Particularmente relevante é o fato de o cálculo ser anualizado, isto é: – O ano é contado por trimestres. Exemplo: – O ano terminado no 3º trimestre de 2013 é 4,1% superior ao mesmo 3º trimestre de 2012. Além disso, a sequência de 3 valores positivos nos três trimestres mostra que a variação (derivada) é positiva, condizente com uma economia em crescimento. Se permanecesse constante (em 2,5% por exemplo) no 3º trimestre a economia ainda estaria em crescimento linear – ao contraria da União Europeia – cuja taxa é nula e, em alguns países é negativa, o que indica retrocesso. Outro fato marcante é uma taxa de crescimento razoável para uma economia que já é tão grande. O presidente do FED pode deixar de emitir 10 bilhões de dólares no neste mês de janeiro e ir para casa aguardar o resultado já substituído pela nova presidente. A consagração virá em seguida. O governo perdeu a batalha contra o mercado financeiro, segundo Luiz Gonzaga Beluzo, que nem é economista. – “O câmbio está muito fora do lugar e é preciso acelerar as concessões e fortalecer a indústria. A valorização do real por vários anos tornou os empresários importadores e fez a indústria encolher e ficar nanica”.

CEM ANOS DO CANAL DO PANAMÁ


CANAL DO PANAMÁ Citei o canal de Panamá apenas como exemplo de empreendimento de longo prazo sem atentar para as implicações políticas. Poderia ter citado o Canal de Suez – do mesmo projetista – cuja devolução ao Egito contou com o apoio dos Estados Unidos e antiga URSS. Nos dois casos houve benefício para os países envolvidos. O Canal do Panamá já não comporta o trânsito de grandes navios e vai ter de ser ampliado ou construído um novo. . Faltou completar a frase: “Não existe um custo a ser apropriado a cada usina particular de maneira isolada.” Depende do contexto temporal e geográfico em que o novo empreendimento vai estar inserido: antes ou depois no tempo e espaço – e evidentemente do porte. Realmente o exemplo foi infeliz.

A ILUSÃO DO LONGO PRAZO


A ILUSÃO DO LONGO PRAZO É ilusório aumentar o prazo para diminuir o valor da prestação como – enganosamente – leva a crer a intuição. Apenas estende o prazo do pagamento dos juros. A intuição leva a crer que a prestação seja inversamente proporcional ao prazo (hipérbole: prestação*prazo = constante). Quando na realidade a prestação segue uma curva exponencial invertida que tangencia a reta do valor dos juros sobre o capital. Por isso, comprar carros caros em sessenta prestações (cinco anos) a juros de 2% é burrice. Comprar casa a prazo de 30 anos (360 prestações) equivale a pagar aluguel, a menos que os juros sejam subsidiados. ”Não existe prestação inferior ao aluguel como propõe a propaganda enganosa”. Ver fórmula abaixo sobre amortização com parcelas mensais constantes e taxa em valor por unidade: Prestação = capital*taxa * [(1+i)^n/((1+i)^n – 1)], cujo limite para prazo (n) muito longo se reduz a: Prestação = capital*taxa.

FINANCIAMENTOS A **PRAZOS DE ÉGUA**


Nos governos anteriores a prorrogação por 20 anos (FHC) e por 35 anos (no governo Lula) de Serra da Mesa em 2004, foi a forma de atrair capital privado que permitiu a construção do reservatório de Serra da Mesa com volume cerca de 3 vezes maior, permitindo a integração Sudeste e Norte-nordeste pela regularização da vazão do rio nas usinas de jusante: Lajeado, Estreito (consorcio privado) e Tucuruí. Convenhamos, 30 anos é um prazo demasiado pequeno para atrair capital privado, acostumados às sucessivas prorrogações das usinas mais antigas. Grandes empreendimentos como Belo Monte, Serra da Mesa, Tucuruí requerem prazos de 50 anos ou mais, com taxas de juros de longo prazo para se tornarem atrativos. Pense no Canal de Suez que foi devolvido após 100 anos de exploração. Em prazos longos a parcela é praticamente a mesma, correspondente ao valor dos juros sobre capital, só que o prazo é alongado para mais 20 ou 30 anos. Ou seja, o limite da expressão entre colchetes è 1 quando o prazo tende para infinito (muito longo).

“AÇUDES DO NORDESTE VÊM DESDE O IMPÉRIO”


MARES QUE NUNCA SECAM, NUNCA ENCHEM 22 mega-açudes construídos no Semi-árido acumulam nas suas bacias 20,3 bilhões de m³ de água, volume equivalente a 8 vezes e meia a baía da Guanabara, a segunda maior baía do litoral brasileiro. Os açudes não secam, são reservatórios plurianuais, inter-anuais, projetados e construídos, com aprimoramento e rigor técnico, pelos engenheiros do Brasil, sobretudo nordestinos, comparados aos melhores hidrólogos egípcios. Cada projeto exige todos os dados climatológicos da bacia hidrográfica em questão, pluviometrias, fluviometria, vazões, run-off, quociente de evaporação, índice de armazenamento, tudo é definido em projeto, inclusive a ciclicidade das secas da região com toda sua série histórica. São analisados e selecionados os materiais usados em cada obra. É tecnologia avançada de alto nível. “AÇUDES DO NORDESTE” por Manoel Bonfim Ribeiro. SÃO MARES MORTOS DE ÁGUAS SALOBAS Construímos, durante 100 anos, com muito orgulho nordestino, o maior patrimônio hídrico do Mundo na captação de chuvas, uma das grandes conquistas da humanidade em terras áridas, uma verdadeira AGUABRÁS, e, num determinado momento, joga-se tudo pela janela, não serve mais, vamos transpor o São Francisco, é melhor. Senhores do nosso Brasil, políticos, governantes, religiosos, administradores, profissionais, executivos e toda a sociedade. A solução para o atendimento às comunidades sertanejas está na distribuição dessa água. A infraestrutura está pronta, basta implantar um vigoroso sistema de adutoras. Os nordestinos serão todos atendidos e assistiremos na AGUABRÁS, o grande naufrágio da “indústria da seca”.

AÇUDES SÃO MARES MORTOS DE ÁGUAS SALOBAS


MARES DE SAL CARREGADOS PELOS RIOS INTERMITENTES, O SEMI-ÁRIDO MAIS IRRIGADO DO MUNDO As águas de chuva seguem três caminhos distintos: evaporação, infiltração e escoamento. A evaporação no Semi-árido é avassaladora, chegando a mais de 80%, no momento da precipitação. A infiltração varia de 10 a 15%. O escoamento é o de águas superficiais e fugidias, formadoras dos riachos. O coeficiente de escoamento (run-off) varia de 10 a 20% das águas caídas, mas é baixíssimo o índice de armazenamento, geralmente, menos de 1% do volume afluente médio anual, por vezes, apenas 0,1%. Apesar de índices tão baixos, os reservatórios acumulam grandes volumes de água, com milhões e bilhões de metros cúbicos, como o Castanhão, um açude oceânico que pode ser visto da lua. Manoel Bonfim Ribeiro.

Alguns trechos de “AÇUDES DO NORDESTE” por Manoel Bonfim Ribeiro. Os açudes são construções públicas federais, estaduais, municipais, particulares e de cooperação, somando, hoje, o fantástico número de 70.000 reservatórios superficiais, tornando o Semi-árido, a região mais açudada do Planeta. Não há região no Globo, árida ou semi-árida, com tamanha capacidade de acumulação, um cubo de 37 bilhões de m³, um terço do que o São Francisco despeja anualmente no Atlântico. Numa distribuição geográfica eqüitativa disporíamos de um açude a cada 14 km² por toda a superfície do Polígono das Secas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

FONTES ALTERNATIVAS E USINAS DE FIOD’ÁGUA


Não estamos proibidos de fazer usinas a carvão. Mas, mais usinas a carvão? Bastam as que já estão aí. O problema não está no combustível fóssil – que o mundo inteiro usa – mas no “processo rudimentar de caldeira a vapor de baixíssimo rendimento, verdadeira reminiscência arqueológica” do qual não escapa nem as nucleares. Fontes alternativas, como a eólica, não vão cumprir a função de geração básica do sistema. Embora limpa, a produção é intermitente e tão incerta quanto as usinas de fio d’àgua da Amazônia. Estas podem ser complementares mas não são integráveis. A Região Amazônica reúne as piores condições de armazenamento de energia por meio de reservatórios. A configuração não é, tipicamente, a de uma bacia única integrada, mas várias bacias isoladas, cujos rios não têm ligação física entre si, nem com os rios do Sudeste o que é um obstáculo a integração. Potenciais da Amazônia têm ampla utilização local quando subutilizados na forma de usinas de fluxo d’água para geração distribuída e complementada por térmicas a gás natural e convencional existente. Precisamos mais de térmicas combinadas a gás que aproveite integralmente a energia química do gás na produção das 2 formas de energia: calor e eletricidade.

HIDROELÉTRICAS NA GERAÇÃO DE PONTA


Agora mesmo, com a intensificação de térmicas na base chegará ao absurdo de gerar energia elétrica para aquecimento de eletrodomésticos – dando uma volta desnecessária quando poderia queimar o gás diretamente – a menos que hidrelétricas mais adaptáveis sejam utilizadas nos horários de pico. Para tanto existe grande quantidade de energia secundária a ser aproveitada, além do que existe a possibilidade de aumento de capacidade instalada pelo acréscimo de unidades com locais provisionados. Nos sistemas que já atingiram a fase térmica predominante este é um procedimento corriqueiro: hidrelétricas com baixo fator de capacidade.

“TÉRMICAS LIGADAS: GARANTIA DE SEGURANÇA”


O governo tem a sua disposição os melhores técnicos no MME, ONS, EPE, COPPE, COPEAD, os institutos Ilumina e Acende Brasil e todos – de uma forma ou de outra – são unânimes quanto à necessidade de manter térmicas ligadas o ano todo, de forma permanente, para garantir a segurança que os reservatórios não conseguem mais cumprir. Mudança em favor da modicidade compromete a segurança. Porque a pressa em desligar 4 térmicas a diesel inexpressivas? Pois bem, uma das formas de ofertar mais energia do tipo térmico, sem necessariamente aumentar o suprimento, está na economia no uso final da energia e na escolha da melhor combinação de fontes e cargas (vetores energéticos segundo o Professor Goldemberg) de acordo com II° princípio da termodinâmica. A economia no uso representa uma oferta virtual de energia que dispensa novos suprimentos. Esse objetivo pode ser alcançado pela utilização de térmicas ou moto-geradores a gás isolado ou na forma combinada com as antigas térmicas existentes sem que, necessariamente tenham que ser desativadas ou construídas novas. – Roberto Pereira D’Araújo – autoridade no assunto – manteria todas térmicas ligadas até o próximo verão. – “Algumas térmicas precisariam gerar na base, sem parar” (Nivalde de Castro). – Pingueli Rosa diz que deveriam ter sido ligadas antes de outubro. – Altino Ventura afirma que térmicas fazem parte de um sistema já hidrotérmico.

TERMELÉTRICAS COMBINADAS


Precisamos mais de térmicas combinadas a gás que aproveite integralmente a energia química do gás na produção das 2 formas de energia: calor e eletricidade. Fontes alternativas, como a eólica, não vão cumprir a função de geração básica do sistema. Embora limpa, a produção é intermitente. Potenciais da Amazônia têm ampla utilização local quando subutilizados na forma de usinas de bulbo para geração distribuída e complementada por térmicas a gás natural e convencionais existentes.

O SISTEMA JÁ É HIDROTÉRMICO


Altino Ventura do MME. "As hidrelétricas sozinhas já não dão conta de atender a demanda do país. Já usamos termelétricas para complementar a oferta, mas o que precisamos agora é buscar térmicas com custo de combustível barato para fazer com que gerem durante todo o tempo, como fazem as hidrelétricas". "Não teremos mais reservatórios como Sobradinho, Furnas, Itumbiara, Serra da mesa. Não há mais lugar para a construção de usinas com essas dimensões" “Nosso sistema é hidrotérmico, não baseado apenas em hidrelétrica”. Eu não consigo atender o mercado só com os 75% de participação que as hidrelétricas oferecem. E nós não estamos proibidos de fazer usinas a carvão. Comentário: também não concordo, mas não acho que devam ser construídas mais usinas a carvão. Basta as que já estão. Não por causa do combustível, mas pelo “processo de caldeira a vapor de baixíssimo rendimento, verdadeira reminiscência arqueológica” do qual não escapa nem as nucleares.