segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O FIM DO ETANOL


Não é apenas a falta de investimentos a única responsável pela falta de competitividade do álcool frente a gasolina neste momento em que o preço do petróleo está em alta. Há um estreita correlação entre preço de petróleo e commodities, inclusive etanol, uma quase commodity. Se o preço do petróleo sobe, sobem os produtos que tem o petróleo como insumo. O processo industrial arcaico é o principal responsável pelo elevado custo de capital de equipamentos e caminhões que permanecem ociosos no período de entressafra. O processo requer combustível mais eficiente para tornar os equipamentos menores. Manter congelado por anos a fio o preço da gasolina enquanto o preço do etanol está em alta por força do mercado é selar o fim do programa construído com tanto sacrifício. UMA BOA ESCOLHA A produção de álcool é similar a produção de energia elétrica em usinas de Fio D’água que dependem de condições climáticas e nenhum usineiro seria suicida de investir para bancar estoques (reservatórios) para ter álcool sob quaisquer condições. A retirada de subsídios e tarifas, caso se concretize, abre ótima oportunidade de cooperação entre os maiores produtores de etanol de vez que são complementares, dispensando estoques reguladores. Tanto lá como cá a produção de etanol é arcaica e sujeita às mesmas condições climáticas. Apesar de auto-suficiente em petróleo, não o é em diesel e nem tem condições de alterar o perfil da destilação como mostra Maria Alice. Exporta petróleo pesado por contingência e importa diesel e gasolina por insuficiência de refino local. Ao importar gasolina, não apenas perde dinheiro na troca como desestimula investimentos na produção de álcool.

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