segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

MEIOS E FINS


CUSTOS E RISCOS Mas, se os custos de geração podem ser reduzidos não há como evitar o custo e risco da transmissão dos grandes blocos de potência gerados por usina, que requerem a construção de corredores exclusivos. A interligação entre usinas para criar caminhos alternativos amplifica ainda mais os custos sem nenhum benefício, uma vez que a geração é simultânea devido a ausência de complementaridade entre rios isolados de mesmo regime sazonal. A interligação das grandes usinas representa um elevado investimento em um sistema que permanecerá ocioso sobre o qual incorrem juros durante o longo período de estiagem da Amazônia. MEIOS OU FINS? É um grande equívoco imaginar que grandes volumes de água representam energia, a menos que possam ser transformados em estoques de energia potencial em imensos reservatórios. Tecnicamente, é impossível domar os rios amazônicos. Mas, se a energia não pode ser armazenada na forma líquida (reservatórios de água), esta mesma energia imprevisível das enchentes pode ser armazenada na forma de estoques físicos de produtos acabados que a corrente elétrica é capaz de produzir. Neste caso, quem vai bancar o custo de fábricas paralisadas no período de estiagem? A produção de energia não é um fim em si mesmo: antes é preciso que haja mercado para os fins produzidos antecipadamente. Produtores independentes têm condições de complementar hidroelétricas através de termoelétricas a gás produzido localmente no período de estiagem. È o que vai acabar acontecendo se os corredores exclusivos não forem construídos a tempo.

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