ATÉ DE MILHO?
Não chega a ser irônico que o etanol de milho – condenado de maneira veemente por 31 anos de barreiras – se torne viável no Brasil como única solução de imediato para o momento?
Uma dupla economia no transporte inútil de milho e álcool, por estradas esburacadas do interior brasileiro. Álcool de arroz já é produzido nas cadeias.
E ótima oportunidade para a produção local de combustível e energia térmica distribuída.
E O excedente de milho que não vai ser utilizado nos EUA para fabricação de etanol pressionará certamente o mercado provocando baixa no preço de commodities agrícolas, o que constitui oportunidade para o esvaziamento dos estoques ‘ao tempo’ nos lugares distantes do centro-oeste e estimulo para o milho safrinha que está sendo plantado.
De modo emergencial, as usinas devem priorizar ainda mais a produção álcool anidro, ao menos para a mistura obrigatória – agora rebaixada para 20% – e de açúcar, que está remunerando melhor no mercado externo, e deixar de fazer o etanol hidratado (usado nos carros flex) até o setor se reestruturar.
Há uma estreita correlação entre preço de petróleo e commodities, inclusive etanol, uma quase commodity. Se o preço do petróleo se eleva, também sobem os produtos que tem o petróleo como insumo.
O álcool é um carburante ordinário quando comparado à gasolina. Requer petróleo como insumo e “pega carona” no diesel subsidiado utilizado para baixar preço dos alimentos. Sua principal virtude está na propriedade antidetonante e daí sua importância quando adicionado à gasolina, mesmo em proporção mínima de 10%.
Os dois maiores produtores de etanol anidro, EUA e Brasil, mal darão conta do suprimento mundial da mistura mínima de 10% nas próximas 2 décadas.
SEM SAÍDA
Alem de pagar mais pelo etanol de milho – agora sem os subsídios – o Brasil vai ter de importar maior quantidade devido à concorrência na exportação dos produtores nacionais, estimulados pelo maior preço pago nos EUA, conforme explica o professor Adriano. È o fim da picada!
Durante 1 século a população do mundo inteiro foi severamente castigada pela contaminação por chumbo oriunda da adição do “chumbo Tetraetila” e, ainda hoje, alguns países pobres continuam sujeitas a este contaminante por não terem o álcool substituto.
È o que acabará acontecendo nas regiões pobres do Brasil se o preço da gasolina continuar inalterado
“As exportações de etanol para os Estados Unidos subiram de 313,4 milhões de litros em 2010 para 663,925 milhões. O aumento foi impulsionado pelo prêmio pago pelos Estados Unidos para o etanol avançado, categoria em que o etanol de cana-de-açúcar está incluído, por ter ciclo de emissões reduzidas em relação ao álcool de milho” (do Isto é Dinheiro).
E, especialmente, por evitar contaminação por chumbo.
Com o prêmio pago pelo produto brasileiro, o Brasil pôde e poderá exportar etanol de cana e importar etanol de milho e ainda ganhar um prêmio na operação. Em 2012, as exportações para os Estados Unidos poderão crescer ainda mais com a queda da tarifa de importação e do prêmio pela qualidade.
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