segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O PAPEL DO COMBUSTÍVEL NO PRESENTE


Com raras exceções, toda forma de energia a ser utilizada em larga escala no mundo todo, passará, de uma forma ou outra, pela queima de algum combustível. Nem a energia nuclear, esperança do futuro, escapa do processo ineficiente da transformação de calor em energia elétrica. Isto significa que os países Industrializados vão ter que disputar preços elevados de combustíveis com os países em desenvolvimento ou, como última instância, serão obrigados a utilizar energia nuclear a custos muito maiores, em razão dos baixos rendimentos inerentes ao processo de transformação. “O reator nuclear é a maneira mais ineficiente de produzir aquecimento, simplesmente porque está condicionada a natureza limitadora das transformações físicas”. A reação nuclear em si é um processo eficiente de produzir calor e até destruição, com perdão da comparação infeliz. Seria útil se o calor da reação pudesse ser utilizado diretamente. Mas, por questão de segurança, o calor produzido pela reação nuclear é obrigado a passar por pelo menos três circuitos fechados, trocadores de calor com baixo rendimento. Alem disso, é obrigado a recorrer a formas indiretas e redundantes de transformação de calor em energia elétrica e desta em calor novamente, com o mesmo inconveniente da usina térmica convencional a vapor, de baixo rendimento. Reúne tecnologia avançada de processo de reação nuclear (reator) com tecnologia ultrapassada da usina térmica a vapor. Mas, em que pese o preço elevado do kW instalado, não é impeditivo que venha a ser utilizada pelos países industrializados, em condições extremas. Apenas pagarão um preço mais elevado pela opção (do autor). “A energia hidroelétrica e a biomassa, promissoras fontes de energia renováveis, responderam pela metade da energia primária usada nos países em desenvolvimento em 1980. Contudo, as fontes renováveis poderiam dar apenas contribuições relativamente limitadas para o suprimento de energia requerida pelo mundo todo. Apesar de os países em desenvolvimento terem explorado apenas sete por cento de seus recursos hidroelétricos, o potencial econômico total desses recursos é de cerca de 700 GW. Os recursos da biomassa são limitados pelas restrições ao uso da terra impostos pela baixa eficiência da fotossíntese. Somente uma pequena fração destes pode ser explorado como bioenergia, porque as florestas devem servir a muitos propósitos, inclusive o de habitat da para a fauna selvagem” (José Goldemberg e outros). Energia elétrica, de origem hidráulica ou nuclear, poderia substituir a queima de combustível a custos maiores, como vem acontecendo. Mas, não se adaptam bem ao perfil da demanda dos diversos países: Países industrializados (geralmente de clima frio) queimam combustível que é a forma eficaz de produzir calor (2º princípio) e tambem queimam combustível para acionamento de veículos. Não é casual, portanto, que os países industrializados tenham um consumo de combustível ajustado à demanda. De fato, nestes países o petróleo é responsável por 92 % da demanda de aquecimento e transporte. Países em desenvolvimento queimam combustíveis para produzir e transportar alimentos. A energia elétrica é usada adequadamente nos países em desenvolvimento que têm potenciais hidroelétricos ainda inexplorados (Brasil, China). Outras formas de energia estão sendo utilizadas em pequena escala como fontes de calor em diversos países: eólica (Estado Unidos e países escandinavos); geotérmica (Islândia); usinas de biomassa (Brasil). Ironicamente, até o aquecimento solar direto, que parece uma solução natural, não encontra condições favoráveis de utilização: países de clima frio, os mais necessitados, estão sujeitos ao escasso sol de inverno, enquanto que, nos países tropicais o aquecimento é desnecessário (entretanto não é ainda praticado no Brasil que utiliza o “anacrônico” chuveiro elétrico para aquecimento).

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