ACONTECEU O ÓBVIO
A manutenção do preço da gasolina constitui um sério obstáculo a produção de álcool hidratado. O etanol não consegue competir com o combustível fóssil - balizado pelo governo - e acaba sobrando nas bombas. “O governo deveria destravar o preço da gasolina e deixar os preços flutuarem. Só assim o etanol passaria a ser competitivo. Hoje, o etanol está amarrado ao preço da gasolina para o controle da inflação.. Este não tem condições de concorrer com preço congelado da gasolina por tanto tempo. Nem mesmo a queda da sobretaxa – durante muito tempo um “cavalo de batalha” – constitui “tábua de salvação” para o etanol brasileiro que não tem condições mínimas de abastecimento interno no curto prazo.
Ironicamente acabou ocorrendo por decurso de prazo, em um momento delicado para a agroindústria canavieira porque, infelizmente, não existe álcool anidro suficiente para suprir a grande quantidade de carros flex que migraram para a gasolina com preço congelado desde 2009. E o que é pior: o Brasil acabou tendo de importar etanol de milho mais caro devido a retirada simultânea do subsídio.
Nos próximos 4 anos o álcool estará comprometido com o aumento da importação de gasolina, mesmo que seja reduzido o percentual aditivado.
NADA DE NOVO
Qualquer medida só produzirá efeito no longo prazo. A recomposição da lavoura de cana é lenta e requer prazo biológico para plantio e maturação e a construção de novas destilarias, sabidamente, é demorada.
O fim do subsídio e queda concomitante da sobretaxa favorece duplamente o álcool anidro brasileiro, a saber, no longo prazo.
A queda da sobretaxa já tinha sido aprovada no senado, dependendo de aprovação da câmara. Tal como acontece no Brasil (medidas provisórias), aconteceu o inesperado: congresso entra em recesso sem renovar barreiras. Isto é o que, eufemisticamente, se pode chamar de “desaprovação por decurso de prazo.
Tudo aquilo que foi reclamado nos últimos 31 anos, de repente acontece e, infelizmente, o Brasil não tem álcool para exportar. Ao contrário vai importar etanol de milho mais caro devido a queda simultânea do subsídio.
VITÓRIA DE PIRRO
De tanto fazer mágicas com preço congelado da gasolina o feitiço acabou se voltando contra o aprendiz: Acabou inviabilizando – por alguns anos – o álcool hidratado e o carro “flex”, que são criações genuinamente brasileiras, tal como a “jaboticaba”, que só dá no Brasil.
Resta o álcool anidro aditivado que é muito mais importante e vale mais do que a parcela correspondente da gasolina substituída pelo fato de eliminar contaminação por chumbo muito mais poluente (Chumbo Tetraetila, estão lembrados?). Um problema ambiental para o qual existe um mercado mundial muito mais promissor e tão grande que o Brasil não conseguirá atender sozinho. Mas, tem tecnologia e conhecimento bastante para ajudar outros países mais pobres a produzi-lo.
A queda de barreiras ao álcool anidro brasileiro acabou acontecendo mais por pressão dos contribuintes americanos do que por interferência da presidente. Para o consumidor americano a manutenção da sobretaxa se tornou inócua, dada a impossibilidade técnica de suprimento por etanol brasileiro. Até que enfim concluíram pelo óbvio.
Estou aproveitando para fazer a crítica com trechos "mesmo da postagem " pra fazer este compatilhamento:
ResponderExcluirA queda da sobretaxa já tinha sido aprovada no senado, dependendo de aprovação da câmara. Tal como acontece no Brasil (medidas provisórias), aconteceu o inesperado: congresso entra em recesso sem renovar barreiras. Isto é o que, eufemisticamente, se pode chamar de “desaprovação por decurso de prazo. Tudo aquilo que foi reclamado nos últimos 31 anos, de repente acontece e, infelizmente, o Brasil não tem álcool para exportar. Ao contrário vai importar etanol de milho mais caro devido a queda simultânea do subsídio. Isto é que eu chamo de "cúmulo do absurdo"
E por falar em "cúmulo dos absurdo", você sabe o que a mula falou pro burro (mulu):
ResponderExcluir-é o cu, mulo.
Explicando a piada:
ResponderExcluirburru ou mula é o híbrido infecundo do par:
-Jumento com égua dá burro ou mula.
-Cavalo com jumenta -muito mais díficil de se 'dar' ( nos 2 sentidos)- dá o hído "mulo".