segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

DA EUFORIA À DEPRESSÃO


Lenha nova para velha fornalha: a febre dos agrocumbustíveis. Sergio Schlesinger, em 2007. Resumo de manchetes: –Segundo o IEA: “o Brasil poderá ter uma produção de 26 bilhões de litros de álcool em 2015/16 numa área de cana o dobro de 2007/2008”. – Segundo a AIE: “Em 2030 o mundo estará consumindo cerca de dez vezes mais agrocumbustíveis do que nos dias de hoje. E a produção brasileira de agrocumbustíveis deve crescer mais rapidamente que a de outros países, chegando a um terço do total mundial”. – Segundo o BNDES: “O Brasil pode contribuir para uma meta de 10% de substituição da gasolina no cenário mundial (220 bilhões de litros). Terá que multiplicar por sete sua produção de etanol, para chegar a algo em torno de 110 bilhões de litros (50%). Os canaviais teriam que ocupar 28 milhões de hectares equivalentes à soma daquelas ocupadas pela soja e pela própria cana, no Brasil, em 2007. Quem poderia imaginar que em menos de 4 anos a situação fosse completamente distinta. BOMSENSO PREVALECE Em meio à euforia, Benedito Rosa do Espírito Santo, pesquisador do Ipea adverte que o nascente mercado externo ainda é “instável” e sofrerá “mudanças espetaculares” no médio prazo com o domínio da tecnologia de fabricação de etanol a partir de celulose. “Se houver uma crise no meio do caminho, vamos ter excedentes enormes e um modelo de alto grau de vulnerabilidade. Ora, as previsões falharam redondamente nesta passagem de 2011 para 2012. Parece que o professor Benedito Rosa estava adivinhando o tamanho da crise que estava por chegar em 2008 e seguintes anos.

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