segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SUBSÍDIO À GASOLINA


Agora são duas presidentas. Sai o homem do presidente, entra a mulher da Presidenta. Apesar de todo avanço que representa a substituição por alguém que se declara mais comprometida com a gestão voltada para os acionistas e menos para o uso da empresa como “quebra galho” do governo – “Segurar inflação não é vocação da Petrobrás; É lógico que é para corrigir o preço dos combustíveis.” – Persiste ainda um ranço ideológico na questão da exigência de conteúdo mínimo de equipamentos. Mais afeito a política sindicalista, Gabrieli – desafeto da Presidenta – chegou a cogitar pela compra de equipamento mais confiável e barato. Mas a nova presidenta é explícita em relação à Refinaria Abreu e Lima que considera um equívoco: tolerável para não estressar relações com o presidente venezuelano, que até agora não compareceu com sua parte no investimento. Ela também acumula o cargo de conselheira no lugar de José Sérgio Gabrielli. Haja cargo para serem preenchidos pelos companheiros. Cobra a produção das sondas de perfuração encomendadas pela companhia. "Não trabalhamos com perspectiva de atraso", afirma Graça. Neste ponto, ela destaca a diferença de estilos que vai marcar a nova fase da Petrobrás. Principalmente "os famosos estaleiros virtuais". Depende disso e das novas refinarias a consumação da autossuficiência brasileira. Sem as sondas operando no prazo estipulado, a empresa não consegue atingir as metas de produção, como ocorreu nos últimos três anos. Sem mais capacidade de refino, a Petrobrás é obrigada a importar gasolina para atender ao aumento do consumo. O Brasil, então, não é autossuficiente? "Não está porque tomamos a decisão tardia de fazer crescer o nosso parque de refino", fala Graça, sem a presidente da Petrobrás considera necessário adequar o preço dos combustíveis vendidos na refinaria ao novo padrão de preço do petróleo, câmbio e consumo. A reviravolta na política protecionista – queda de barreiras acompanhada de prêmio ao etanol de cana – vai sugar do mercado brasileiro o álcool anidro, muito mais importante e caro do que a própria gasolina, para atender a exigência de frações mínimas de biocombustíveis a serem adicionados nos derivados fósseis do exterior. O subsídio à gasolina importada representa uma barreira econômica e desestímulo à renovação dos canaviais, cuja produção atual acabará desviada para produção de açúcar, 1/3 mais lucrativa. No curto e médio prazo não há remédio senão o aumento do preço da gasolina, já reconhecida pela nova presidente da Petrobras.

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