domingo, 5 de julho de 2015


GRANDES PLANOS Entender como fontes e cargas estão relacionadas nas distintas fases que cada país atravessa, constitui a melhor maneira de por em prática os princípios que levam á formas eficientes de utilização da energia. Estas devem ser vistas com reserva porque o uso de energia não é o único fator de desenvolvimento e nem o desenvolvimento é um fim em si mesmo. Muito mais importante do que verificar a forte correlação histórica entre uso de energia e PNB é ver como os diversos países utilizam a energia. O Japão, por exemplo, utiliza energia de modo mais eficiente que os Estados Unidos. Enquanto este gasta três vezes mais energia (per cápita), seu padrão de vida (pib per cápita) não chega a ser o dobro. A China consome quase a mesma energia per cápita que o Brasil e, no entanto, seu PIB per cápita é apenas metade. O elevado crescimento da China não deve ser motivo de espanto. Países populosos naturalmente têm PNB elevado, o que não quer dizer nada. O crescimento segue uma tendência exponencial nas fases iniciais. Quando desenvolvidos tendem a saturação (logística). Então é perfeitamente natural que países pobres cresçam mais (exemplo da Albânia na antiga URSS). Há uma aceitação tácita de que energia produz desenvolvimento. A simples constatação de que os países ricos são aqueles de maior consumo de energia per cápita, reforçada pelas enormes disparidades, tem levado a crença de que basta por a disposição quantidades expressivas de energia para o desenvolvimento ocorrer, quase por milagre. Planos econômicos postos em prática por indistintos países capitalistas ou socialistas, liberais, nacionalistas ou estatais produziram resultados em circunstâncias históricas de crise. De fato o desenvolvimento ocorreu, mas não se pode dizer se foi consequência dos planos ou apesar deles. Os grandes planos de aproveitamento múltiplo de bacias: Tenessee Valley Authority (TVA) dos Estados Unidos, Qüinqüenais da antiga URSS, Plano de Metas do Sistema Elétrico Brasileiro, etc, influenciaram demasiadamente os planejadores da época do desenvolvimentismo. Alguns trouxeram consequência desastrosas, como consequência da dependência do petróleo e de capitais externos que levaram países em desenvolvimento ao comprometimento de suas exportações, com negociação de dívidas a juros variáveis (era Reagan). Alguns aprenderam a lição o que permitiu a condição favorável de hoje.

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